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Sem estrutura hospitalar adequada, pacientes de Rubiataba vivem drama na busca por vagas de UTI contra Covid-19

A demora para conseguir uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), somado à falta de estrutura da rede municipal de Rubiataba para o enfrentamento à Covid-19, tem preocupado os moradores da cidade. Se não bastasse, os profissionais envolvidos na linha de frente já se mostram esgotados vislumbrando um futuro sem pandemia, algo que hoje parece distante. Não há sequer a possibilidade de realização de exames apropriados.

“As pessoas têm que ficar de cinco a seis dias aguardando vaga de UTI e o único hospital que tem aqui na cidade é um hospital bem básico, não tem um aparelho de exame, nada, nada”, relata Jaene Costa da Silva, moradora da cidade em entrevista ao Diário de Goiás, nesta segunda-feira (01º/03). “As pessoas ficam entubadas, aguardando para serem transferidas e essas transferências não estão acontecendo”.

Jaene passou um susto com sua mãe, Adalgisa Costa da Silva, que tem 62 anos e foi contaminada com o vírus e teve de ser internada no dia 21 de fevereiro. Desde então, passaram momentos de agonia e luta para uma transferência numa UTI apropriada para dar continuidade apropriada ao seu atendimento. Ontem (28/02) ela conseguiu a transferência para o Hugol, em Goiânia. “Ela ficou quatro dias numa cama, sedada, sem se mover. A recuperação dela vai ser mais longa porque ela passou muito tempo intubada”, pontuou.

A situação é tão comprometedora que não se faz na cidade, de acordo com a moradora, os exames apropriados para o tratamento adequado. “Não tem como fazer uma tomografia, quando está intubado tem dois exames específicos diários. Não tem como ele saber como a pessoa está reagindo. Aqui, os exames são laboratoriais, simples de sangue”, destacou.

Por fim, ela comenta que há poucos aparelhos respiradores na cidade. Sua mãe utilizava um que já foi ocupado por outra pessoa, mas há outras duas que estão em estado crítico e talvez necessitem do aparelho. “Se a pessoa tiver uma saturação muito baixa, porque não dispõe de aparelho para intubar, vai morrer”. 

A diretoria do Hospital Municipal de Rubiataba, no entanto, afirma que a espera das vagas por leitos de UTI é de responsabilidade do Estado. Porém, o município vem dando condições para que estes pacientes permaneçam na espera com vida. “Esses pacientes estão vivos porque o Hospital tá dando estrutura pra eles continuarem vivos, esperando vagas”, declara Luana Barreto, diretora da unidade, em entrevista ao Diário de Goiás.

Ela explica que os municípios devem compactuar um serviço para prestar à população e, hoje, Rubiataba é compactuada na média complexibilidade. “Ou seja, eu tenho uma sala vermelha que presta serviço a pacientes graves, mas que tem que estabilizar esses pacientes em 24 horas e transferir para alta complexidade, que é onde a gente compra o serviço fora daqui, que são os grandes centros. A gente compra Goiânia, compra Anápolis. Então esses serviços de alta complexidade, eles não são oferecidos a municípios do tamanho de Rubiataba”, esclarece.

A diretora do hospital do município afirma que hoje, a sala vermelha, que era para funcionar com pacientes a serem estabilizados em até 24 horas, está sendo utilizada para manter pacientes graves à espera de UTI. “Não era esse para ser o serviço ofertado. Mas, infelizmente diante dessa situação toda, a gente teve que adequar a sala vermelha e transformar numa semi-UTI, para manter esse paciente vivo e esperar um leito de UTI que o estado possa oferecer”, explicou.

Luana declarou, ainda, que o que município pode fazer para que estes pacientes aguardem em boas condições, está sendo feito. “Tudo o que a gente pode fazer para esse paciente conseguir aguardar, tá sendo feito. Tanto é que o paciente tá vivo esperando. É o ideal? Não. O ideal é que ele tivesse numa UTI, mas o estado não tem leito de UTI”, ressalta a diretora.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI em Goiás permanece alta. Conforme atualização da Secretaria de Estado da Saúde, nesta quarta-feira (3), a porcentagem atual de ocupação é de 95,94%. Das 419 unidades disponíveis para tratamento da Covid-19, 379 estão ocupadas e há apenas 17 disponíveis, distribuídas nos municípios de Goiânia, Itumbiara, Catalão, Formosa, Luziânia, Mineiros, Nerópolis, Porangatu e São Luís dos Montes Belos.

Mel Castro

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