Há dois anos sem receber doações de empresas, o PT fez um ato modesto em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula de Silva após seu depoimento ao juiz Sergio Moro.
O ex-presidente viajou de carro de São Paulo a Curitiba para poupar os gastos com transporte aéreo, já que precisa cobrir despesas com combustível e tripulação mesmo quando a aeronave é doada.
Em maio, quando ocorreu o primeiro depoimento a Moro, o PT montou um amplo palanque para a realização de ato em apoio a Lula. Nesta quarta-feira (13), o discurso do ex-presidente foi em um carro de som.
O número de dirigentes petistas que viajaram à capital paranaense nesta quarta também foi bem menor.
Em maio, toda a executiva do partido acompanhou o petista. Desta vez, apenas seis integrantes da cúpula partidária esperavam pelo ex-presidente à saída do depoimento.
O hotel onde ficaram hospedados os petistas é bem mais simples, com diárias que chegam a pouco mais de um terço da estadia cobrada em maio.
Chefe de gabinete da presidência do PT, o ex-ministro Gilberto Carvalho admite que o partido vive “uma pindaíba”. “E vai cortar muito mais”, reconhece ele.
A dureza enfrentada pelo partido também abateu a militância. O ex-ministro Luiz Dulci lembra que, em maio, petistas abriram mão de um dia de trabalho para viajar a Curitiba. Agora, admite Dulci, há um cansaço. Segundo ele, o momento político exige menor presença.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou ainda que o partido “não fez força para mobilização”. Segundo petistas, há um cansaço entre os militantes.