A Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento realizou audiência pública remota com o secretário da Saúde, Ismael Alexandrino, para debater a situação do Estado de Goiás em relação à crise pandêmica da covid-19. O secretário destacou que as medidas de flexibilização vão provocar “uma pressão” no sistema de Saúde pública e privada no mês de julho. Goiás tem 18 mil 926 casos.
O secretário havia sido questionado pela deputada estadual, Adriana Accorsi (PT) quanto a disponibilidade de leitos de UTI. A parlamentar entende que a quantidade é insuficiente. Ismael Alexandrino ressaltou que tem acompanhado as medidas de flexibilização nos municípios, mas que haverá grande pressão nos sistema de Saúde pelos próximos 30 dias.
“É fato que uma movimentação aumentada nas ruas aumenta a transmissão da doença, estamos de olho para converter em internação, ela cria uma pressão maior no sistema de saúde, nos próximos 30 dias teremos uma pressão absurda no sistema de saúde pública e privado”, ressaltou;
Ismael Alexandrino fez um apelo para que independente de decretos, caso as pessoas precisem sair de casa, que elas mantenham um distanciamento, condições de higiene e que façam uso da máscara. O secretário
“O comportamento populacional se espelha nas autoridades, somos formadores de opinião, independente do decreto, se estamos saturados de ficar em casa, que façamos de forma que respeitamos questões de higiene”, destacou.
Leitos de UTI
Ismael Alexandrino disse que houve aumento no número de UTIs oferecidos pelo estado em relação ao mesmo período do ano passado. O secretário apresentou um mapa que mostra um aumento de 269 leitos em 2019 para 576 esse ano. Segundo ele, em breve serão entregues mais 10 unidades em Itumbiara e 11 em São Luiz de Montes Belos.
Aumento de testagem da Covid-19
O secretário Ismael Alexandrino explicou que a intenção é de aumentar a testagem para Covid-19, e que a intenção é de chegar a 10% da população. Para isso, devem ser feitos mais 500 mil testes até o final do ano.
“Em relação a ampliação dos testes nós temos feitos todos os esforços, entendemos a importância disso e existe uma previsão de aproximadamente 500 mil testes até o final do ano para saber a real noção de como a doença está se desenvolvendo. O inquérito sorológico é feito em quatro etapas, fizemos esperamos um período de dez dias e esperamos para fazer as outras etapas. Deveremos ao todo testar 10% da população, é o nosso planejamento”, explicou.
Emendas impositivas
Além de explicar aos deputados estaduais sobre a Covid-19, outros temas foram tratados na audiência pública. Um dos temas mais questionados foi em relação ao pagamento de emendas impositivas.
O secretário explicou que para este ano já há a previsão de R$ 125 milhões, e que já foram processados em empenho 37% desse montante, o que dá em torno de R$ 47 milhões.
“Há muitos prefeitos que não nos enviaram documentação adequada ainda, nós precisamos que os parlamentares conversem com as bases municipais, peçam para nos enviar. Tudo que chegar aqui na Secretaria de Saúde vamos processar e fazer o empenho das emendas, quando a liquidação e pagamento, a gente depende de um posicionamento da (Secretaria de) Economia. Sabemos que a disponibilidade de verba diminuiu, mas o que depender da gente, nós vamos correr para pagarmos, assim como fizemos no ano anterior”, argumentou.
Sedativos
A Secretaria Estadual de Saúde tem se manifestado quanto a dificuldade na aquisição de sedativos e outros medicamentos necessários para atendimento de pacientes durante cirurgias.
O secretário explicou que quanto ao protocolo alternativo de medicamentos, que há a manutenção de um atendimento para o paciente e que não estão disponíveis drogas de última geração que trazem um resultado mais ágil e por isso, estão sendo adquiridos outros medicamentos que não trarão prejuízo ao paciente e que seja mais adequado para cada caso. Ismael Alexandrino disse que nos próximos dias os medicamentos devem chegar.
Números
Em relação aos percentuais, Ismael Alexandrino disse que no último quadrimestre do ano passado foram investidos 12,35% na Saúde, lembrando que o mínimo constitucional é de 12%.
Ele ressaltou que no primeiro quadrimestre deste ano foram aplicados 11,95% do total da receita disponível. O secretário explicou que no mesmo período do ano passado o investimento no setor foi na ordem de 8%, mas por conta da pandemia do coronavírus, uma maior aplicação de recursos se fez necessária.