Em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia na manhã desta quarta-feira (29/06), o secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, Renato Brum, atribuiu ao isolamento provocado pela pandemia de Covid-19 o aumento dos casos de feminicídio, uma vez que, neste período, as pessoas ficaram mais tempo dentro de casa.
Dados consolidados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) ilustram esse aumento. Somente nos três primeiros meses de 2022, foram registrados 16 casos do respectivo tipo de homicídio, praticado contra a mulher apenas em decorrência do gênero. Em 2021, foram registrados 54 feminicídios, e em 2020, 44. Já em 2019, último ano antes do início da pandemia causada pela Covid-19, foram contabilizados 40 feminicídios.
Segundo o secretário, o Estado está realizando um grande investimento para combater a violência contra a mulher. “Somos o único Estado que criou o Batalhão Maria da Penha. Estamos investindo nas delegacias e nas salas lilás e trabalhando na questão da orientação da mulher, na prevenção por meio das medidas protetivas. Há esse investimento e um detalhe: registramos toda a ocorrência contra a mulher, não jogamos para debaixo do tapete. Talvez daí o aumento dos índices”, afirmou.
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O titular da pasta destacou ainda que o feminicídio é uma questão cultural. “É o machismo, é uma questão social que transcende a questão da segurança pública. É complicado porque acontece de forma interna, dentro das casas, é um crime covarde e silencioso”, frisou, ressaltando ainda que a questão é uma preocupação da pasta e que viaturas têm sido colocadas em cada regional para prestar esse tipo de atendimento à mulher.
O secretário também comentou sobre o crime que resultou na morte de um ex-policial civil, em uma drogaria, em Goiânia, nesta segunda-feira (27/06). A vítima era o pai da mulher que se relacionava com o autor do crime, que também tinha planos de matar a filha da vítima, sua então ex-namorada. “É um crime passional, estamos com inquérito aberto, tem o seu sigilo. Tive conhecimento através da imprensa ontem, dessa questão do vazamento de informação. Determinei providências necessárias para elucidar. Se realmente, ele obteve essa informação de forma privilegiada, ela deixa rastros no sistema. Rapidamente, vamos apurar se os fatos são verídicos”, afirmou.
Confira abaixo os telefones para denunciar situações de violência contra a mulher – emergência, assistência jurídica, apoio psicológico:
190 – Telefone para emergência que aciona a Polícia Militar;
153 – Telefone para emergência que aciona a Guarda Civil Metropolitana (GCM);
(62) 9 9930-9778 – Batalhão Maria da Penha para situações de descumprimento de medida protetiva;
(62) 3157-1039 – Assessoria jurídica gratuita do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem);
(62) 9 8306-0191 – Atendimento psicológico do Centro de Referência Estadual da Igualdade (Crei);
(62) 3201-2801/2802 – 1 ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)
(62) 3201-3644/6332 – 2 ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)
(62) 3201-2642 – Deam de Aparecida de Goiânia.