Com o aumento da taxa de transmissão da Covid-19 e estabilidade na taxa de óbitos e internações pela doença em Goiás, pode ser que haja um repique da segunda onda da pandemia no Estado. Em entrevista ao Jornal Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes (820), na manhã desta quarta-feira (19), o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, explicou que uma nova alta nos próximos 30 dias não seria considerada terceira onda, pelo fato de não ter tido uma queda significativa na taxa de ocupação hospitalar da rede pública estadual.
“Do ponto de vista técnico, como a gente não teve uma queda abaixo de 50% de ocupação ainda, caso comece a subir novamente, nós estaremos falando de um repique de segunda onda e não de uma terceira onda, ainda. A gente não teve aquele sobe fator e desce. Nós começamos a descer, estamos numa taxa de ocupação na casa dos 78% de leitos de UTI”, disse.
Ismael explicou que o indicador R, que mensura a velocidade de transmissão, vem aumentando há aproximadamente três semanas, está acima de 1, em 1.2, e isso pode fazer com que outras taxas subam nos próximos dias. “Ele tem a capacidade de puxar os outros indicadores, como por exemplo a procura dos pacientes nas unidades, posteriormente as internações, podendo impactar nas taxas de ocupação e de óbitos, também”, ponderou.
O secretário deixou, ainda, alerta para um repique pior do que uma terceira onda da Covid-19. “Eu considero, do ponto de vista operacional, o repique de segunda onda pior do que uma terceira onda. Porque a terceira onda pressupõe que você já atingiu um estágio mais baixo, atingiu aquele fator bem baixo e começaria a subir de novo. Ou seja, teria fôlego, teria um quantitativo de leitos desocupados para ocupar. Se o repique vem agora, nós não desocupamos todos esses leitos”, explicou.
Ismael ressaltou que uma nova alta era esperada, pelo fato de as atividades estarem funcionando normalmente em Goiás, mas destacou se tratar de um aumento que vem sendo contrabalanceado com a vacina. “Esse aumento é contrabalanceado com a vacinação, tanto que naqueles grupos que foram vacinados, os idosos acima de 60 anos, os trabalhadores de Saúde, a gente percebe uma queda no número de contaminados e de internação”, disse.
“Hoje essas pessoas (idosos) representam menos de 40% das pessoas que estão internadas”, ressaltou. “Nos trabalhadores de saúde, tivemos uma queda de 75% de contaminação. Então a vacina de fato é muito eficiente e eficaz, só que infelizmente está numa velocidade aquém do que a gente gostaria, ainda”, completou o secretário.
A taxa de ocupação da rede pública estadual na manhã desta quarta-feira é de 79,24% em leitos de UTI e 64,14% em enfermarias. O estado acumula 584.881 casos de Covid-19 3 16.246 óbitos, com 3.397 novos casos e 56 óbitos registrados nas últimas 24 horas, de acordo com boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado no final do dia desta terça-feira (18).