Há cerca de duas semanas confirmado como secretário de Educação, Wellington Bessa já tem uma agenda de inaugurações. Nos próximos três meses, ele promete entregar 1 mil novas vagas para a educação básica de Goiânia.
Essas vagas viriam, segundo ele, da retomada de obras que estão paralisadas e expansão de outras unidades. “Teremos, nos próximos meses, um quantitativo expressivo de vagas no Cmeis, abrangendo a educação de 0 a 3 anos, especialmente. Creio que nos proximos três meses entregaremos 1 mil vagas e possibilitar a construção e entrega de unidades que estão paralisadas”, disse ao Diário de Goiás.
Nesse início de gestão, Bessa fez um levantamento da rede física, considerando unidades que estavam em reforma, das que estão paralisadas e das que estão planejadas para construção. Com as informações em mãos, ele aposta que é possível zerar o déficit da educação básica, hoje em 8 mil vagas, até o fim do ano.
O plano para abrir espaço para novos estudantes prevê estruturas modulares e de alvenaria. “Dentro desse universo de vagas, existem expansões feitas com as salas modulares, outros Cmeis que serão utilizadas salas modulares já adquiridas, a retomada de obras de alvenaria e a licitação de cerca de 20 obras de alvenaria, cujo projeto já está aprovado”, destaca o secretário.
Legado virtual
Em suas primeiras semanas na SME, Bessa está promovendo uma avaliação de acadêmicos e educandos para obter um diagnóstico da educação municipal. Neste momento, um dos principais focos é melhorar o conteúdo oferecido remotamente.
“Temos elaborado um projeto sólido para a educação, com investimentos em um ambiente de aprendizado virtual mais moderno, que possa auxiliar também no pós-pandemia”, destacou. “Pretendemos investir nesse ambiente virtual de aprendizagem, aproveitar a antecipação da virtualização. O que for possível utilizar após esse período de distanciamento social, vamos aproveitar. Ainda que essas aulas retornem presencialmente, poderemos utilizar como complementação para a educação desses alunos”, completou.
Um dos projetos é para oferecer tablets, computadores ou smartphones aos estudantes de baixa renda do ensino básico. A proposta foi discutida nesta sexta-feira (9), durante visita do ministro da Educação, Milton Ribeiro, a Goiânia. “O ministro se colocou à disposição do município de Goiânia. Apresentou projetos para angariar recursos, trazer valores para implementar projetos como esse”, pontuou.
Vacinação
A imunização dos professores contra a covid-19 é um passo crucial para a retomada das aulas presenciais. Os profissionais de educação estão listados como categoria prioritária no Plano Nacional de Imunizações, mas ainda abaixo de idosos, pessoas com comorbidades, população de rua e população privada de liberdade.
O secretário diz que não há data para vacinação da educação, mas estima que a campanha deve atingir esse grupo em maio. “Não está longe. Acredito que no próximo mês entraremos na vacinação dos professores e creio que teremos um cenário muito mais favorável para retomar essas aulas”, frisou.
Cenário político
Bessa foi uma das trocas de Rogério Cruz no secretariado. Ele assumiu no lugar de Marcelo Costa e revelou que os diálogos com o prefeito se dão desde o início do ano. O convite, porém, veio apenas em março. “Acredito muito no projeto do Rogério Cruz. Tenho uma história com a educação. Sou professor universitário há alguns anos. Tenho uma preocupação enorme com a educação básica. Por isso aceitei o convite”, explicou.
Para a chegada de novos auxiliares, outros saíram. Inclusive, no início da semana, o MDB anunciou o desembarque, entregando 14 pastas. Apesar disso, Bessa diz que o ambiente no Paço Municipal é bom.
“Tenho visto, em que pese essa ruptura, que o ambiente de trabalho no Paço é tranquilo. Temos bons nomes. Cito, como exemplo, o Luan (Deodato Alves). É um rapaz que todo mundo reconhece o trabalho, o trato com as pessoas. É um ótimo nome. As pessoas ligam ao Clécio, mas ele tem sua história própria. Os auxiliares têm empreendido esforços para que o governo Rogério Cruz possa ter sucesso”, comentou.
Para ele, as mexidas também não afetam a relação de Cruz com os vereadores. “Na Câmara Municipal, essa ruptura também não teve o condão de trazer maiores divergências. Os próprios vereadores do MDB não se posicionaram contra o prefeito. Independentemente de eventual discussão, os vereadores se posicionaram de forma intransigente na defesa por uma boa gestão para Goiânia”, frisou.