O aumento de gravidez em crianças e adolescentes em Goiânia subiu 32% em 2014, diferente do que foi divulgado nesta Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), de que o número seria de 134%. De acordo com dados do Sistema do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (Sisprnatal) do Ministério as Saúde (MS), em Goiânia, a gravides de adolescente entre 15 e 19 anos aumentou 32,5% em 2014, passando de 1.762, registrado em 2013, para 2.336 casos no ano passado.
O número de meninas entre 10 e 14 anos também subiu de 13 para 54 no último ano e só em 2015 já foram registradas oito situações de gestação nessa faixa etária. 18% do total de gestantes atendidas nas unidades de saúde do município se refere à meninas que possuem entre 10 e 19 anos, resultando em um aumento de 34,6% se comparado ao número de 2013.
Para o coordenador técnico-médico da Maternidade Nascer Cidadão, Jony Rodrigues Barbosa, a maioria dessas meninas apresenta baixo nível de escolaridade e abandonam os estudos por causa da gravidez. Jony ainda afirma que 20% das gestantes trabalham, mas que a renda mensal é considerada baixa, em torno de um a três salários mínimos.
Além disso, de acordo com o coordenador, 60% delas vivem com o parceiro e 70% se autodeclaram pardas ou negras e possuem histórico de gravidez precoce na família, como a própria mãe. A gravidez na adolescência é considerada de alto risco e pode trazer complicações como prematuridade e baixo peso do bebê ao nascer, diabetes e hipertensão materna, o que aumenta o risco de morte da mãe e do bebê.
Para o médico, a parceria entre escolas e unidades de saúde, estabelecendo estratégias de orientação, discussões sobre sexualidade e métodos contraceptivos seria uma das soluções para reduzir o número de jovens e crianças grávidas.