Um levantamento inédito da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), divulgado nesta segunda-feira (23), aponta estimativa de prejuízo nas colheitas de até R$ 181,71 milhões entre o final de julho e setembro de 2024, em decorrência das queimadas no Estado de Goiás. O relatório da pasta auxiliará nas análises voltadas para o desenvolvimento de medidas no combate aos incêndios no Estado.
Conforme a pesquisa, os dados levam em conta as sete culturas plantadas no período entre o final de julho e setembro de 2024, sendo elas: feijão, cana-de-açúcar, milho, tomate, sorgo, batata inglesa e algodão. O documento está disponível no site da Seapa (agricultura.go.gov.br) e apresenta um panorama que auxilia nas análises, apontando caminhos para atuação das autoridades.
Em evento recente em Brasília para tratar do assunto com a União, o governador Ronaldo Caiado (UB) destacou que o impacto econômico das queimadas pode chegar a R$ 1,5 bilhão até o final do ano. “A situação está mais controlada em Goiás, apesar das adversidades climáticas, graças a ações como o monitoramento em tempo real e a pronta resposta da Defesa Civil”, ressaltou o governador.
O valor tem como base o calendário de safras agrícolas e está relacionado apenas às colheitas do final do mês de julho ao início de setembro. Além disso, não engloba custos com infraestrutura, maquinários, pastagem, custo de recuperação ou replantio.
Conforme o governo, os dados do acumulado do ano, até agosto de 2024, mostram que a área produtiva queimada é de quase 102 mil hectares no estado. Na produção agrícola, os municípios mais atingidos são Itumbiara, Quirinópolis, Gouvelândia, Água Fria de Goiás e Padre Bernardo. O Sul goiano detém mais de R$ 46,58 milhões dos prejuízos nas colheitas, cerca de 25,64% do total. Em seguida, estão o Sudoeste (24,82%), o Entorno do Distrito Federal (13,6%) e o Nordeste (11,45%).
O titular da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, reforçou a importância de ações efetivas no enfrentamento dos focos de incêndio. “A secretaria tem realizado campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção de incêndios florestais e reforçado os estudos técnicos que demonstram o impacto dessas queimadas sobre o solo e o meio ambiente. Além disso, temos trabalhado em parceria com produtores rurais e entidades competentes, buscando alternativas e estratégias para lidar com esse desafio”, destacou.
Em julho deste ano, por meio do decreto 10.503, Caiado suspendeu o uso de fogo na vegetação, com exceção de casos expressamente autorizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Em agosto, por meio decreto 10.539, declarou situação de emergência em 20 municípios goianos afetados por “incêndios em áreas não protegidas, com reflexos na qualidade do ar”. O documento autoriza, por 180 dias, a dispensa de licitação para aquisição de materiais e contratação de pessoal.