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Sean Spicer renuncia ao cargo de porta-voz da Casa Branca

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, renunciou na manhã desta sexta-feira (21). Segundo o “The New York Times”, Spicer “discordou veementemente” da indicação do gestor de fundos de investimento Anthony Scaramucci para diretor de comunicação.

Cerca de uma hora depois de a imprensa noticiar sua decisão, Spicer escreveu em sua conta no Twitter que permanecerá no cargo até agosto.

“Foi uma honra e um privilégio servir @POTUS @realDonalTrump [os dois perfis do presidente Trump no Twitter] e esse país incrível. Vou continuar com meu trabalho até agosto”, disse.

Trump ofereceu o posto de diretor de comunicação, vago desde 30 de maio, a Scaramucci por volta das 10h da manhã, e ele já teria aceito, segundo a CNN. De acordo com o “Times”, Spicer considerou a decisão “um grande erro”.

No último mês, Spicer não estava mais tão presente nos briefings diários, que agora raramente podem ser transmitidos pela TV.

O porta-voz deixa a Casa Branca após seis meses e um dia de governo Trump. E ele foi, desde o primeiro dia deste governo, um de seus integrantes mais polêmicos.

No dia seguinte à posse de Trump, ele teve seu primeiro confronto com a imprensa, questionando a cobertura “vergonhosa e errada” e as imagens divulgadas da cerimônia, que mostravam um público bem menor que o que compareceu à posse de Barack Obama em 2008.

Na ocasião, Spicer disse que as fotos da cerimônia tinha sido “enquadradas intencionalmente para minimizar o enorme apoio” que Trump teve durante a posse, no National Mall. “Foi a maior audiência já testemunhada em uma posse, ponto”, afirmou.

As respostas atravessadas aos jornalistas viraram uma boa fonte de piadas para os programas humorísticos -em especial, para o “Saturday Night Live”, com a famosa interpretação de Spicer pela comediante Melissa McCarthy.

O porta-voz cometeu também diversas gafes, como quando chegou a sugerir que o regime sírio era pior do que o de Adolf Hitler, porque o ex-líder nazista “não teria usado armas químicas”. Spicer depois se retratou em frente às câmeras.

No tumultuado início do governo Trump, as entrevistas coletivas de Spicer eram transmitidas praticamente todos os dias e chegaram a bater em audiência, em fevereiro, a programação vespertina de redes como ABC e CBS, segundo o instituto Nielsen.

Mas, em maio, começaram as especulações de que Spicer poderia sair diante da insatisfação de Trump com seu trabalho -apesar da defesa inequívoca feita pelo porta-voz, mesmo diante de versões contraditórias das falas do presidente.

Na época, a vice-porta-voz, Sarah Sanders, começou a dividir com Spicer os briefings diários com jornalistas na Casa Branca e foi ela quem enfrentou as câmeras no dia seguinte à demissão, por Trump, do diretor do FBI, James Comey, em 10 de maio.

Durante a visita de Trump ao Vaticano, também naquele mês, assessores teriam se surpreendido com o fato de o presidente cortar, na última hora, o porta-voz -o único católico praticante de sua equipe- do encontro com o papa Francisco.

‘Pior trabalho da cidade’

Ficar na linha de frente da guerra entre Trump e a imprensa americana não é trabalho simples. Antes mesmo da posse, a conservadora Jennifer Rubin, colunista do “New York Times”, descreveu a função de Spicer como o “pior trabalho da cidade”.

“Ele tem a tarefa desagradável de explicar o que seu chefe diz -antes de ser cortado pelo próximo tuíte de Trump ou de outra confusão”, escreveu, em janeiro.

Mike Dubke, que deixou o cargo de diretor de comunicação em maio, só aguentou três meses no posto -e nem enfrentava os jornalistas diariamente. Na ausência de um diretor de comunicação nos outros três meses do governo Trump, foi Spicer quem acumulou as funções.

O diretor de comunicação é responsável por coordenar a estratégia de comunicação da Casa Branca e está acima do porta-voz.

“É mais difícil assumir essa função [de comunicação] sob Trump porque ele é totalmente indisciplinado em sua própria comunicação, em geral se contradiz e faz acusações que não podem ser comprovadas”, disse Robert Entman, professor de Comunicação Política da George Washington University, à Folha em maio.

Entman ainda observa que Trump não estabeleceu uma clara hierarquia na área, com outros assessores -como Kellyanne Conway- muitas vezes assumindo a função de responder, de forma desastrada, à imprensa. (Folhapress)

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Thais Dutra

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