Com o aumento dos casos de Covid-19, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que toda população em geral tome a vacina, principalmente as crianças, que hoje, pertencem ao grupo de suscetíveis a pegar a doença, ainda mais com o avanço da variante ômicron.
A preocupação dos especialistas da área da saúde é que mesmo diante do aumento dos casos de Covid-19 em crianças, muitos pais e responsáveis estão resistentes em não levar os pequenos para se vacinarem.
Em entrevista ao Diário de Goiás, a médica Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e especialista em vacinas do laboratório Atalaia Medicina Diagnóstica (Dasa), afirma que as crianças precisam ser vacinadas de forma adequada para evitar a propagação coletiva do vírus.
‘’Se não vacinar adequadamente as crianças, teremos uma expressiva parte da população brasileira com Covid-19’’, destaca a médica.
A médica chama a atenção ainda para que os pais e responsáveis não deixem de vacinar seus filhos, assim eles estão ‘expondo as crianças ao perigo’’.
A médica explica que as crianças apresentam uma menor chance de evolução da doença, mas isso não significa que elas não propaguem o vírus. Por isso é indispensável a imunização nas crianças para que assim seja possível alcançar uma imuidade coletiva.
No Brasil, no dia 28 de dezembro de 2021, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Fiocruz defenderam a inclusão de vacinação de crianças contra a Covid-19 a partir dos cinco anos de idade.
Sendo assim, no contexto epidemiológico com a presença da variante Ômicron, os especialistas afirmam que ampliar o benefício da vacinação nessa faixa etária é uma prioridade.
De acordo com a médica infectologista Maria Isabel, diante do rápido desenvolvimento das variantes do coronavírus, o ideal seria ampliar a imunização e reduzir ainda mais a faixa etária deste público. Assim, o país teria uma proporção razoável de crianças que ficariam graves sem o risco de morte.
‘’Algo rápido precisa ser feito porque estamos diante de uma variante super transmissível’, completa a médica.
A taxa de vacinação de crianças contra a Covid no Brasil, de acordo com especialistas, ainda está longe do ideal.
Até a última segunda-feira (7), apenas 18,8% das crianças de 5 a 11 anos haviam recebido a primeira dose do imunizante. A maioria dos estados brasileiros não conseguiu vacinar nem 15% das crianças até agora. Os estados que menos vacinaram as crianças até agora são Paraíba (1,8%), Pará (1,9%) e Mato Grosso (2,0%).
Na última terça-feira (8) o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não se pode obrigar uma criança a tomar vacina. Ainda de acordo com o ministro, vacinar uma criança é diferente de vacinar um adulto.
“Cerca de 30% das crianças das capitais já foram vacinadas. Mas vacinar uma criança, não é igual vacinar um adulto”, disse o ministro.
Em Goiânia, até o último sábado (5), 36.787 crianças de 05 a 11 anos, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alcançando 30,60% das 120 mil meninos e meninas aptas a receberem a vacina contra a Covid-19 na capital goiana. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) comemora o número da campanha que começou no último dia 17 de janeiro.
A cada percentual alcançado, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, comemora o resultado positivo da vacinação em Goiânia, que atinge uma média de 1,5 mil doses aplicadas diariamente. “Já são mais de 36 mil crianças que receberam a primeira dose de esperança no braço”, comemora o prefeito, parabenizando os pais e responsáveis que tem incentivado e levado o público infantil aos postos de vacinação.
O titular da SMS, Durval Pedroso, relata que Goiânia tem tido uma boa adesão à campanha de vacinação. “Estamos com uma média de 1,5 mil crianças vacinadas por dia, mas ainda sim pedimos aos pais e responsáveis que não deem atenção às notícias falsas”, pediu o secretário, acrescentando que as vacinas são seguras. “Não temos registros de eventos adversos para esse público e repetimos que a vacinação em massa produz maior eficácia para toda a população. É fundamental que os pais levem as crianças o quanto antes para serem protegidas com os imunizantes disponíveis”, completa.
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