Mesmo após ser denunciado nesta segunda-feira (26) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer (PMDB) deverá conseguir ficar na Presidência caso não apareçam novos fatos. A previsão é do ex-senador Demóstenes Torres.
Segundo o ex-Democrata, Temer ainda ter apoio político é muito importante. “Esse apoio político é decisivo, porque uma denúncia contra o presidente da República precisa ter dois terços para ser aceita, para o Supremo continuar a processá-lo. Senão, suspende e quando ele deixar o mandato, isso continua. Hoje a situação dele é de poder conseguir terminar seu mandato”, disse.
Para Demóstenes, caso fosse realizada uma eleição indireta hoje, o provável presidente do Brasil seria o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Outras pessoas também poderia ser cogitadas, como o jurista Nelson Jobim e o senador Tasso Jereissati.
“Se ele [Rodrigo Maia] se transformar em réu, também não pode ocupar a Presidência da República, e ela [Cármen Lúcia] entra para convocar também uma eleição em 30 dias. Mas seria presidente. Também tem outro cenário, se demorar demais essa coisa, será que Rodrigo Maia e Renan [Calheiros] não poderiam optar por disputar uma eleição, ao invés de assumir a Presidência da República, e os incompatibilizaria? São muitos detalhes”, destacou o ex-senador.
Quais suas previsões em relação ao presidente Temer?
Se não aparecerem fatos novos, gravíssimos, que tudo indica que pode aparecer, ele consegue respirar e ficar até o fim do mandato. Se aparecer mais alguma coisa além dessa denúncia, parece que tem uma delação do doleiro Lúcio Funaro, que é muito grave em relação a ele, isso pode agravar ainda mais o quadro. Hoje ele não tem apoio popular, só tem apoio político. Esse apoio político é decisivo, porque uma denúncia contra o presidente da República precisa ter dois terços para ser aceita, para o Supremo continuar a processá-lo. Senão, suspende e quando ele deixar o mandato, isso continua. Hoje a situação dele é de poder conseguir terminar seu mandato. Mas se esse Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, que parece estar fazendo uma delação, como são do mesmo grupo pode-se pressupor que a situação dele. Se a situação piorar, vamos acabar tendo eleição indireta.
Quem tem chance nessa eleição indireta?
Rodrigo Maia. Hoje, nesse minuto seria Rodrigo Maia. Outros nomes: Jobin é um nome excepcional, mas talvez não tenha mais aquele consenso. Ele demorou um pouco. Tasso Jereissati é um nome excepcional, é uma figura extraordinária, mas talvez também por ser do Senado e a Câmara ser majoritária não tenha esse trânsito. Fernando Henrique, acredito que não queria e também a idade dele já não permite. A ministra Cármen Lúcia acho que não tem nenhuma possibilidade.
Ela teria que sair do Supremo para isso?
Tem um cenário em que ela poderia acabar presidente, que é o presidente do Senado já é réu, não pode ocupar a Presidência da República, e há um inquérito contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Se ele se transformar em réu, também não pode ocupar a Presidência da República, e ela entra para convocar também uma eleição em 30 dias. Mas seria presidente. Aí não precisaria sair da presidência do Supremo Tribunal Federal. Ela pode ser candidata, mas não tem chance política alguma de ser candidata, em minha opinião. Também tem outro cenário, se demorar demais essa coisa, será que Rodrigo Maia e Renan não poderiam optar por disputar uma eleição, ao invés de assumir a Presidência da República, e os incompatibilizaria? São muitos detalhes. Se você tem dez meses com um presidente, você prefere ser dez meses presidente ou disputar uma nova candidatura de deputado para quatro anos? Porque como presidente não pode ser candidato. Então, hoje o cenário é de manutenção do Temer. Se essas coisas se aprofundarem, porque com popularidade de 7% ninguém consegue sobreviver.
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