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| Em 4 anos atrás

‘Se houver pressão popular, com certeza o presidente não dura um mês’, diz Delegado Waldir sobre impeachment

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A voz das ruas e a pressão popular será fundamental e servirá como termômetro para que a Câmara dos Deputados possa pautar a abertura de um processo de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Caso a população peça o impedimento, como aconteceu com Fernando Collor e Dilma Rousseff, “com certeza o presidente não dura um mês”, mesmo com apoio dos deputados do centrão, pontua o presidente estadual do PSL e deputado federal, Delegado Waldir Soares em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (25/01).

Questionado pelo editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, o delegado e ex-aliado do presidente da República, pontuou que as pesquisas já vem indicando uma tendência ao impeachment, mas a abertura de um processo deverá se dar com mais intensidade, com a população indo às ruas e formas alternativas de manifestações, como os tradicionais panelaços. Para Waldir, “não tem deputado que segure a pressão popular”.

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“Depende muito da vontade popular. Se as ruas se manifestarem, existe também panelaços, algumas carreatas. Se a população se manifestar como fez com a Dilma ou o Collor, com certeza o presidente não dura um mês. Independente de hoje se ele tem o apoio do centrão que são mais de 200 deputados. Se houver uma pressão popular não tem deputado que segure a pressão popular.”

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Para ele, já há uma tendência mostrada em pesquisas, que mostra um processo de impedimento sendo apoiado pela população. “Eu vi uma pesquisa mostrando que ele tem 40% de rejeição. Se você lembrar que a Dilma chegou a 45% foi afastada… Eu digo que não pode dizer que não vai acontecer, isso seria adivinhação. Eu diria que hoje já pode tramitar, não significa que ele vai ser impedido ou não”, destacou.

Pesquisa divulgada na última sexta-feira (22/1) pela EXAME/IDEIA, no site da revista Exame, aponta que a aprovação do presidente Jair Bolsonaro caiu de 37% para 26%, número próximo ao pior momento do governo, em junho de 2020.

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Eleições para a presidência da Câmara: ‘o meu voto não está à venda’

Os parlamentares do PSL estão divididos em torno ao nome que querem à frente da presidência da Câmara. De um lado – que Soares está inserido -, o presidente da sigla, Luciano Bivar apoia e faz coro ao candidato do MDB-SP, Baleia Rossi, que também tem o apoio do atual mandatário da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Do outro, um grupo de aproximadamente 19 parlamentares, e liderado por Major Vitor Hugo apoiam Arthur Lira, do Progressistas.

Soares diz que esse racha, não é exclusivo apenas dentro do PSL. mas da parte dele, há o respeito em seguir a indicação do presidente da legenda.“Na verdade, a gente tem que entender que não é só o PSL que tem divergência neste momento em relação a candidatura da presidência da Câmara. O presidente do partido, Luciano Bivar tomou uma decisão dos vários que aconteceram em relação à ele e de alguns parlamentares do PSL e a parceria que já teve com o presidente Rodrigo Maia na eleição passada. Ele tomou a decisão de acompanhar a indicação da presidência do Baleia Rossi. O presidente do PSL e os parlamentares como ofertas e vantagens financeiras mantém-se alinhado com o presidente Luciano Bivar”, destacou.

Segundo ele, um grupo partidário do PSL foi seduzido por ofertas financeiras, por meio de emendas parlamentares e cargos no governo federal. Bolsonaro, quer controlar a Casa, e isso seria prejudicial para a “harmonia entre os poderes”. 

“Emendas parlamentares, dinheiro, é… cargos no governo federal. Eu recebi na semana passada uma lista. A deputada Bia Kicis (PSL) tem mais de 30 cargos no governo federal. Na verdade, a eleição da Câmara virou uma grande barganha. É muito importante que o presidente da República ter o controle da Câmara Federal que isso pode salvá-lo de um eventual impeachment. O meu voto não está à venda. Eu não alugo, ou vendo, não empresto. Meu voto não está à venda e eu sigo a orientação trazida pelo meu partido. Eu não tenho como bater na mãe. O partido é a nossa mãe,  é onde você nasce politicamente. Meu voto não está à venda”, enfatizou.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.