A utilização de medicamentos sem prescrição médica pode ser fatal, principalmente em casos de dengue. Em caso de suspeita, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Saúde (SES-GO), alerta que o paciente deve buscar a assistência médica e não se automedicar, a fim de evitar complicações.
A gerente de assistência farmacêutica da SES-GO, Viviane Troncha Martins, enfatiza o perigo de tomar, por exemplo, o ácido acetilsalicílico em casos de dengue. “O AAS é um antiplaquetário que vai agir nas plaquetas, e a dengue é uma diminuição das plaquetas. A coagulação fica comprometida e pode levar ao agravamento da doença e até mesmo à morte”, alerta.
O paracetamol também é citado pela farmacêutica como potencial risco, pois a dengue atinge o fígado e há alteração das enzimas hepáticas. “Combinado ao uso desse medicamento, a situação pode se agravar”, explica. No caso de suspeita ou confirmação da doença, a recomendação é hidratar-se e quanto antes buscar uma unidade básica de saúde.
“Nós recomendamos a ingestão de água e soro caseiro, além de evitar refrigerante e suco, por questões de açúcar. O ideal é manter a água, que nunca é demais, e dependendo do caso, é indicado o cloreto de sódio injetável, possível somente com indicação médica”, afirma Viviane Martins.
A dengue clássica começa, normalmente, com febre alta, de 39 e 40 graus, muitas vezes acompanhada de dor de cabeça, fadiga, náuseas, vômitos, vermelhidão e coceira na pele. É possível ainda haver dores nas articulações e pequenas manifestações hemorrágicas, como sangramento nasal e nas gengivas. Esses sinais exigem que a pessoa procure atendimento médico.
Goiás já registrou, este ano, 15.810 casos de dengue confirmados e 39.748 notificados. O número de óbitos confirmados já chega a seis (três em Uruaçu, um em Cristalina, um em Águas Lindas de Goiás e um em Iporá) e ainda há outras 55 mortes suspeitas em investigação. Diante da gravidade, Viviane Martins também ressalta a importância do repouso para o tratamento da dengue.