Apesar de Aparecida de Goiânia não ter registrado nenhum caso de febre amarela até o momento, mas considerando o número de notificações em várias regiões do Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou nesta sexta-feira (10), uma capacitação, aos médicos e enfermeiros, sobre o manejo de pacientes com suspeita da doença no município.
Cerca de 130 profissionais municipais da saúde receberam orientações de como atender o paciente que apresenta suspeitas de febre amarela, sobre vigilância de epizootias, controle de vetor e esquema básico de vacinação. A capacitação aconteceu nos períodos da manhã e tarde, no auditório do campus da Universidade Estadual de Goiás, em Aparecida.
Segundo o Ministério da Saúde, já foram confirmados 180 casos de febre amarela no país. Ao todo, foram notificados 1.006 casos suspeitos da doença, sendo que 751 estão sob investigação e 75 foram descartados. Dos 157 óbitos notificados, 65 foram confirmados, 89 ainda são investigados e três foram descartados. Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Tocantins continuam com casos investigados e/ou confirmados.
Segundo a coordenadora de Imunização, Renata Cordeiro, Aparecida está tranquila em relação à vacinação, mas fazem o treinamento com os profissionais para que estejam preparados para os períodos propícios para circulação da doença, que é de janeiro à abril.
“Desde 2015 nós temos intensificado a vacinação, que é o principal meio de prevenção da febre amarela. Estamos com a cobertura de 109,3% de vacinação e existem municípios do nosso estado que estão com a cobertura abaixo de 60%. Agora realizamos essa ação de capacitação dos profissionais para que todos estejam preparados e a gente continue mantendo a eliminação dos casos urbanos e reduzindo o índice de casos silvestres, caso ocorram”, explicou a coordenadora.
O médico e palestrante do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Frederico Ribeiro, falou sobre protocolo de pacientes com suspeita de febre amarela, dengue e assuntos relacionados, com médicos e enfermeiros das unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF).
“Suspeitou de febre amarela, o primeiro passo do médico ou enfermeiro é fazer uma notificação compulsória, preencher o formulário de notificação e alertar de forma imediata. Depois, classificar a doença como leve, moderada ou grave. O paciente diagnosticado com a febre amarela leve, poderá receber o tratamento na própria unidade; Se moderada, conforme resultados positivos de exames clínicos laboratoriais, ele deverá ser internado; E se o caso for classificado como grave, o paciente terá que ser encaminhado para alguma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital referência. No caso de Aparecida, esse atendimento é oferecido pelo Hospital de Doenças Tropicais (HDT) para adultos e o Materno Infantil para gestantes e crianças ”, detalhou o palestrante.
De acordo com Frederico Ribeiro, que é referência em arboviroses, o avanço da febre amarela é muito rápido. “O índice de letalidade é de 50%, significa que a cada dois internado na UTI, um vai à óbito. Esse óbito é prematuro e precoce. A doença tem o período de encubação de três a seis dias, podendo vir a óbito no décimo dia. Por isso, é importante orientar bastante os profissionais para que estejam bem preparados para realizar o diagnóstico e tratamento precoce. Como os sintomas são bem parecidos com os de outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, é fundamental também que os pacientes procurem uma unidade de saúde no início dos sintomas”, ressaltou o médico.