O São Paulo via o clássico, em casa, como a chance para ganhar fôlego na briga contra o rebaixamento. Na sua característica de não se apavorar jamais em campo e cada vez mais perto do título brasileiro, o Corinthians saiu atrás, mas conseguiu o empate em 1 a 1 neste domingo (24), no Morumbi. Pode terminar a 25a rodada do Brasileiro com dez pontos de vantagem na liderança. Depende do resultado do Grêmio, que visita o Bahia.
As 61.142 pagantes presentes representaram o maior público do futebol brasileiro em 2017. Bateu os 58.399 de Flamengo e Fluminense, pelo Campeonato Carioca.
Os primeiros 45 minutos não primaram pela técnica. As duas equipes erraram passes e armaram ataques uma da outra. O São Paulo entrou em campo com um plano de jogo mais claro e com os atletas dispostos a empregá-lo.
O time de Dorival Júnior se propôs a pressionar a saída de bola corintiana e apertar a marcação. O cartão de visitas apareceu aos 30 segundos, quando Cueva deu chapéu em Jadson e cruzou para Pratto. O argentino ajeitou de cabeça para Hernanes chutar para fora.
Nos primeiros dez minutos, o Corinthians pouco pegou na bola e passou do meio-campo apenas duas vezes. O São Paulo não tinha como manter aquele ritmo, como geralmente acontece no futebol, e depois de 15 minutos diminuiu o ritmo. Permitiu ao adversário encontrar mais espaços para trocar passes e Jadson tentou três vezes acertar lançamento para Jô por trás da marcação. Não conseguiu.
Havia muita correria e poucas chances criadas. Os rivais não entravam na área para ameaçar. Sidão foi um espectador dos primeiros 45 minutos e o único ataque corintiano que poderia ter criado perigo foi um cruzamento de Guilherme Arana que encontraria Romero, não fosse o corte feito por Arboleda.
Sem espaço para furar o bloqueio das duas linhas de quatro jogadores do Corinthians, o São Paulo começou a chutar de longe. Hernanes tentou e Pratto fez o mesmo, já que não conseguia receber passes na área. Quem acertou foi Petros, que surpreendeu Cássio com arremate cruzado aos 27 minutos. O ex-jogador do Corinthians fez o 2.000o gol do São Paulo na história do Campeonato Brasileiro.
Como todas as vezes que saiu atrás do placar no torneio, o Corinthians ficou sem alternativas por ter de tomar a iniciativa. A equipe de Fabio Carille não foi montada para fazer isso. Bem marcado, Jô não era acionado. Jadson, com o passar do tempo, foi cada vez mais sumindo da partida. No intervalo, foi substituído por Marquinhos Gabriel.
Uma substituição que não surtiu o resultado esperado. Mais tarde, outra mudança resolveria para os visitantes.
Fábio Carille pediu para o meia substituto atuar aberto pela direita. O Corinthians gastou o segundo tempo buscando o gol de empate pela esquerda, com Arana e Romero. O paraguaio, que tropeçou na bola em três jogadas, conseguiu criar uma oportunidade em cruzamento que Jô cabeceou para fora.
O São Paulo passou a esperar. Ainda era perigoso nos arremates de fora da área, como Hernanes mostrou aos 12, mas ficou mais postado na defesa aguardando o contra-ataque decisivo, que não chegou. Um dos motivos foi que Lucas Pratto ficou responsável por puxar alguns deles e o argentino é finalizador e deveria ser o foco final da jogada, não inicial.
É verdade que o técnico Dorival Júnior tem motivo para reclamar. Aos 13, Militão fez um gol de cabeça anulado pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhães por falta – que não aconteceu – sobre Cássio.
Com a entrada de Clayson na vaga de Gabriel, o Corinthians teve mais penetração e um jogador capaz de ajudar Jô nas arrancadas por trás da zaga do São Paulo.
Maquinhos Gabriel se desesperava pedindo para sua equipe também atuar pelo lado direito. Em uma das poucas vezes que isso aconteceu, saiu o empate, graças a uma jogada de Rodriguinho que deixou Júnior Tavares sentado. No rebote após defesa de Sidão, Clayson acertou chute no ângulo aos 32.
O São Paulo se enervou em campo. Em uma bola alçada na área, Militão quase desempatou aos 46. Cássio defendeu a cabeçada. O Corinthians manteve o que parece ser sua inabalável caminhada para o título nacional.
SÃO PAULO
Sidão; Éder Militão, Robert Arboleda, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Petros; Marcos Guilherme (Maicosuel), Hernanes, Christian Cueva (Jucilei) e Lucas Fernandes (Denilson); Lucas Pratto. T.: Dorival Júnior
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel (Clayson), Maycon, Jadson (Marquinhos Gabriel), Rodriguinho e Romero (Camacho); Jô. T.: Fábio Carille
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Assistentes: Rodrigo Henrique Corrêa e Thiago Henrique Neto Corrêa (ambos do RJ)
Cartões amarelos: Júnior Tavares, Lucas Fernandes (São Paulo) Gabriel, Balbuena, Rodriguinho, Clayson (Corinthians)
Público: 61.142 pessoas
Renda: RS 1.719.056,00
Gols: Petros, aos 27 min do primeiro tempo; Clayson, aos 32 min do segundo tempo