ALEXANDRE DE AQUINO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Santos conseguiu bater o Cruzeiro, no Mineirão, de virada, por 2 a 1, pelo jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, mas saiu com gosto de derrota de Belo Horizonte após falhar na cobrança de pênaltis e ser eliminado com derrota por 3 a 0.
O time mineiro vai encarar na semifinal o vencedor da partida entre Palmeiras e Bahia, que acontece nesta quinta, às 19h15, no estádio do Pacaembu, em São Paulo. No jogo de ida, em Salvador, os clubes ficaram no empate sem gols.
Para conseguir levar o duelo para os pênaltis, a equipe da Vila Belmiro precisou quebrar um jejum de dez jogos sem triunfar. Antes de bater os cruzeirenses a equipe somava quatro derrotas e seis empates.
A última vitória havia sido contra o Fluminense, pelo Brasileiro, no dia 13 de junho, antes da parada da competição para a Copa do Mundo.
O resultado também fez os paulistas quebrarem outro tabu: a última partida em que a equipe havia feito dois ou mais gols tinha sido na goleada sobre o Vitória por 5 a 2, pelo Brasileiro, na Vila Belmiro, no dia 3 de junho.
Os primeiros minutos do duelo já trouxeram um problema ao técnico do Santos, Cuca. Logo aos 6 minutos, Luiz Felipe sentiu a coxa esquerda e foi substituído por Gustavo Henrique. A alteração fez com que os paulistas ganhassem na jogada aérea, mas perdessem em qualidade nos lances de velocidade.
A mudança trouxe um contratempo para o time da Vila Belmiro, já que o Cruzeiro passou a aproveitar o lado direito do ataque. O lateral esquerdo Dodô tinha a missão de colar em Robinho. O meia, contudo, recuava para receber a bola no meio e trazia com ele a marcação do santista. Isso criou um buraco nas costas de Dodô, que foi muito bem aproveitado por Thiago Neves. Gustavo Henrique era obrigado a sair no combate do cruzeirense e levava a pior.
Foi por este lado que se iniciou o gol mineiro, anotado por Thiago Neves, aos 11minutos. Foi por ali também que os mandantes quase ampliaram aos 25, com Arrascaeta. O camisa 10 acertou a trave.
Quando corrigiu a marcação por aquele lado, o time comandado por Cuca conseguiu correr menos riscos e passou a ser pouco ameaçado.
A equipe agora precisaria buscar dois gols, mas mostrava dificuldade na saída de bola. O volante Renato, que costuma ser elogiado pela qualidade no passe, errou alguns e matou a chance de iniciar bons contragolpes. Já Rodrygo teve que vir buscar o jogo e fazer papel de meia em várias ocasiões.
Mesmo assim, os paulistas conseguiram achar a igualdade, aos 41 minutos. Dodô serviu Gabriel, pelo meio, na intermediária. O atacante dominou com liberdade e, de perna esquerda, chutou rasteiro no canto esquerdo do goleiro Fábio, que não conseguiu evitar o gol.
Na etapa final, os problemas pelo lado esquerdo defensivo do Santos voltaram a se repetir e viraram o caminho para a Raposa voltar a criar situações de perigo. Na melhor delas, aos 9 minutos, Dedé carimbou o travessão após cobrança de escanteio.
Cuca, então, resolveu mudar a cara do time em campo. Colocou Jean Mota no lugar do inoperante Arthur Gomes. A entrada do camisa 3, mudou a disposição das peças em campo. Rodrygo veio jogar aberto pelo lado esquerdo do ataque, Bruno Henrique foi para o lado direito, enquanto Mota cuidou da armação.
A última cartada de Cuca foi a entrada de Daniel Guedes na vaga de Renato. Guedes passou a jogar na lateral direita, e Victor Ferraz ocupou o lugar deixado por Renato.
As alterações fizeram os paulistas sofrerem menos pressão, mas ainda era necessário buscar a virada.
E ela veio, aos 38 minutos, em bela jogada tramada pelo ataque visitante. Rodrygo recebeu passe de Gabriel na direita e cruzou para Bruno Henrique, de cabeça, mandar no ângulo direito de Fábio.
No final, ainda houve confusão porque o árbitro Rodolpho Toski encerrou o jogo no meio de um contra-ataque do Santos. Gabriel partia livre em direção à área do Cruzeiro. Cuca, desesperado, chegou a invadir o gramado. Na confusão, o goleiro Vladimir foi expulso.
Na decisão por pênaltis brilhou a estrela de Fábio. Ele pegou as cobranças de Bruno Henrique, Rodrygo e Jean Mota. Lucas Silva, Raniel, David converteram para o Cruzeiro.
CRUZEIRO
Fábio; Edilson, Léo, Dedé, Egídio; Henrique, Lucas Silva, Thiago Neves, Arrascaeta (David), Robinho (Rafinha); Barcos (Raniel). T.: Mano Menezes
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe (Gustavo Henrique), Lucas Veríssimo, Dodô; Renato (Daniel Guedes), Diego Pituca, Rodrygo; Arthur Gomes (Jean Mota), Bruno Henrique, Gabigol. T.: Cuca
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Juiz: Rodolpho Toski Marques (PR)
Cartões amarelos: Edilson (Cruzeiro), Gustavo Henrique, Bruno Henrique, Dodô (Santos)
Cartão vermelho: Vladimir (reserva do Santos)
Público: 43.464 pagantes
Renda – R$1.432.225,00.
Gols: Thiago Neves, aos 11min do primeiro tempo (Cruzeiro); Gabigol, aos 41min do primeiro tempo, e Bruno Henrique, aos 38min do segundo tempo