Os jogadores do Santos saíram de campo lembrando que o time tem o “DNA ofensivo”. A expressão foi criada pelo ex-presidente Luis Alvaro de Oliveira em 2010 para falar do elenco que tinha Neymar e foi campeão paulista e da Copa do Brasil daquele ano. Virou um bordão do clube.
Mas os atletas atuais não deveriam usá-la. Porque o Santos de Jair Ventura pode ter qualquer coisa, menos “DNA ofensivo”.
A equipe chegou aos cinco jogos sem vitória ao perder por 2 a 0 para o Atlético-PR por 2 a 0 nesta quinta (31), em Curitiba, pelo Campeonato Brasileiro. Com seis pontos, o Santos está na 18ª posição, dentro da zona de rebaixamento.
Com nove pontos, o Atlético-PR está em 13º e quebrou sequência de nove jogos sem vitória, aliviando a situação de Fernando Diniz, ameaçado de demissão. O mesmo perigo que corre Jair Ventura, que não consegue fazer seu time mostrar bom futebol.
A não ser por cabeçada de David Braz em uma cobrança de escanteio, o Santos não criou nada no primeiro tempo. Nas poucas vezes que teve o contra-ataque, nenhum de seus três atacantes (Rodrygo, Gabriel e Eduardo Sasha) entraram na área para receberem lançamentos.
O único que tentou jogar foi Rodrygo, que partia com a bola dominada e levava vantagem sobre Camacho.
Se quiser contestar as acusações de ser retranqueiro, Jair Ventura tem vários argumentos. Nenhum time retrancado se defende tão mal quanto o Santos.
No primeiro gol do Atlético-PR, aos 17 min, Thiago Heleno subiu sozinho de cabeça para desviar. Nenhum santista que estava na área, esboçou reação.
Dodô assistiu Nikão de deslocar pelo setor direito do ataque e o meia que passou por Santos e Palmeiras nas categorias de base acertou o travessão.
O Atlético-PR, se não teve grande ímpeto ofensivo, era pelo menos mais organizado em campo.
No início do ano a discussão era se o Santos não sentiria a necessidade de contratar um meia com capacidade de criação. Tornou-se uma carência tão óbvia no elenco que deixou de ser uma polêmica. Diego Pituca, Jean Mota e Renato não conseguiram cumprir funções defensivas ou montar jogadas no ataque.
No segundo tempo, os visitantes tomaram mais a iniciativa. O que significou ter maior posse de bola e rondar mais a área defendida pelo goleiro do Atlético. Na única vez que chegou com perigo, Gabriel marcou, mas estava impedido e a jogada foi anulada.
Para tentar mudar o cenário da partida, Jair Ventura colocou Bruno Henrique no lugar de Renato. O Santos passou a ter dois volantes e quatro atacantes.
Quando isso aconteceu, os donos da casa já haviam feito o segundo gol. Em cobrança de falta de Carleto, lateral revelado pelo Santos, Vanderlei falhou e rebateu a bola nos pés de Guilherme, que completou aos oito minutos. O goleiro se redimiu depois com três defesas em sequência, mas quando isso aconteceu, o resultado já estava definido.
ATLÉTICO-PR
Santos; Wanderson, Thiago Heleno, José Ivaldo; Rossetto, Camacho, Lucho Gonzalez e Carleto; Nikão (Bergson), Guilherme (Raphael Veiga) e Pablo. T.: Fernando Diniz
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Dodô; Renato (Bruno Henrique), Diego Pituca (Léo Cittadini) e Jean Mota; Eduardo Sasha, Rodrygo (Yuri Alberto) e Gabigol. T.: Jair Ventura
Estádio: Arena da Baixada, em Curitiba
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
Público e renda: 9.173 presentes / R$ 181.655,00
Cartões amarelos: Carleto (A); Bruno Henrique (S)
Gols: Thiago Heleno, aos 17min do primeiro tempo; Guilherme, aos 8min do segundo tempo.