Com diversos obstáculos para construir a sua própria arena, a diretoria do Santos iniciou conversas por um novo estádio no campo do Jabaquara, na zona noroeste da cidade.
Nesta semana, o presidente Modesto Roma se reuniu com o presidente do Jabuca, como é conhecido o time do litoral paulista, Adelino Rodrigues, para saber a possibilidade da parceria. A ideia é que o novo estádio seja utilizado pelos dois clubes. A nova opção se sobrepõe aos projetos anteriores, que previam uma arena mais próxima do centro. Nos últimos meses, o Santos conversou com Portuguesa Santista e Portuários, dois clubes da cidade com sedes próximas ao CT Rei Pelé, por uma arena conjunta.
A primeira hipótese previa um estádio único no terreno de Ulrico Mursa, hoje a casa da Portuguesa, que dividiria o uso com o Santos. Também havia a possibilidade de uma arena na área hoje ocupada pelo Portuários, vizinho à Briosa, que neste caso manteria seu estádio. Em ambos os cenários, o clube da Vila Belmiro teria de negociar a cessão de um terreno do governo federal, que pega parte do espaço ocupado dois clubes menores.
Nenhuma das tratativas avançou e agora o Jabaquara é a bola da vez. Neste caso, a Portuguesa Santista será excluída, pois o clube rejeitou a parceria com Santos e Jabaquara para construir uma arena no lugar de Ulrico Mursa. A Briosa optou por escolher uma proposta do grupo Mendes, liderado por Armênio Mendes, um dos principais empresários da cidade e responsável por construir a maioria dos shoppings centers na Baixada Santista.
Ciente do interesse do Santos em construir um novo alçapão, o Jabaquara procurou a diretoria alvinegra para propor a construção da nova arena em seu estádio, a Caneleira. Inicialmente, o presidente Modesto Roma gostou da ideia, principalmente pelo espaço da área -cerca de 80 mil m². Além disso, o terreno pertence ao clube, fato que evitaria burocracias.
Na parceria, o Santos ainda deve oferecer uma nova sede social ao parceiro e o empréstimo de atletas das categorias de base, time B e jogadores não utilizados no profissional. O Conselho Deliberativo do Jabaquara, no entanto, precisa aprovar o projeto. No negócio desenhado com a Portuguesa Santista, por exemplo, o órgão foi o responsável por vetar a parceria com o Santos.
PROJETO INICIAL
Apenas no pontapé inicial com o Jabaquara, o Santos ainda não desistiu de construir a arena no terreno da União, no espaço hoje ocupado por Portuários e Briosa. O clube paulista vê mais visibilidade no local por ser na entrada da cidade e, principalmente, por ficar próximo à Vila Belmiro.
O projeto do Santos custará R$ 450 milhões e terá capacidade para 27.286 torcedores, mas ainda existe a possibilidade de aumentar o número de pagantes e alcançar até 30 mil.
Após questionamentos sobre a capacidade da arena por parte de alguns conselheiros, o clube paulista e as empresas Fernandes Arquitetura e Conexão 3, parceiras no projeto, não descartam a ideia da ampliação.
O UOL Esporte divulgou imagens exclusivas do projeto da Arena do Santos no ano passado. As arquibancadas ficarão atrás dos gols. Do lado leste serão construídos os setores de cadeiras, enquanto do lado oeste o setor de camarotes e produtos Premium. O estacionamento terá capacidade para 2 mil veículos, mas pode aumentar para 4 mil, conforme a demanda.
O Santos terá 40% da participação societária, enquanto 60% ficarão com os investidores responsáveis pela construção. O clube paulista ainda terá direito a 12,5% da bilheteria nos cinco primeiros anos, 15% dos seis aos dez anos, 17,5% dos 11 aos 15 anos, e 40% a partir dos 16 primeiros anos.