“O Samu não está passando por um problema de mão de obra, e sim de logística”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Goiânia (Sindigoiânia), Ronaldo Gonzaga. Em entrevista ao Diário de Goiás, ele detalha que os equipamentos e viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Goiânia (Samu), em circulação, estão sucateados.
Gonzaga esteve em reunião com o secretário de Saúde do município, Wilson Pollara para debater a atual situação do Samu, e afirma que ficou surpreso com a sugestão do secretário, que se resume em terceirizar o serviço. “Eles estavam pensando em terceirizar o serviço com a Fundahc, mas a questão da terceirização está descartada. Eu tenho certeza de que o prefeito Rogério não vai fazer isso com o servidor”, disse Gonzaga.
A terceirização, segundo o presidente do Sindigoiânia implicaria na não resolução do problema. “A prefeitura vai ter outro gasto em contratar uma empresa particular para estar tomando conta do Samu, que já é muito bem cuidado, porém precisamos de viaturas”, explicou o sindicalista.
Questionado se o secretário Pollara apresentou outra solução além da terceirização, Gonzaga conta que apenas a sugestão de terceirização foi apresentada, e nenhuma reposição dos materiais sucateados foi feita até o momento. “Acho que a prefeitura está tentando se livrar de um problema. E não é assim que você resolve um problema, se livrando dele”.
Porém, Ronaldo afirma que foi apenas uma conversa inicial, e que tem certeza de que outros rumos serão tomados. “Eu, enquanto sindicalista, eu tenho a responsabilidade de falar: ‘Olha, o problema está aqui. Qual é a maneira que nós vamos resolver?’ Porque criticar é muito fácil, nós vamos achar solução”, pontuou.
Ronaldo aguarda um posicionamento do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), para chegarem a um consenso. “Todas as demandas que eu levei para o prefeito Rogério, ele me atendeu. Ele foi muito complacente com os servidores com os planos de carreira que ele fez. E eu tenho uma gratidão com o Rogério Cruz devido a essas situações. E aí nós vamos conversar e vamos resolver o problema do Samu”, garantiu.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), alega que vem recebendo notificações de diversos órgãos e instituições, dentre eles o Ministério da Saúde, Ministério Público e municípios da Região Metropolitana sobre inconformidades no Samu, e que está analisando as medidas mais adequadas para solucionar os problemas apontados.
Servidores relatam que usuários da rede municipal de Saúde de Goiânia podem esperar mais de 10 horas para serem transportados pelas ambulâncias do Samu. Segundo o presidente do Sindgoiânia, isso ocorre devido à quantidade reduzida de veículos para a atividade.
Um grande gargalo do Samu, apontado por Ronaldo, são as transferências hospitalares, onde as ocorrências de rua ficam prejudicadas. Ou seja, ao invés do município colocar ambulâncias sanitárias para fazerem os transportes, esses serviços são acumulados no Samu, e isso faz o tempo de resposta ser demorado.
Além disso, a linha telefônica do Samu está passando por problemas e não é arrumada, prejudicando na hora de solicitar o atendimento. “O Samu está sucateado. Passou a pandemia e eles não trocaram as viaturas, as viaturas estão velhas. As macas estão sucateadas, os equipamentos estão sucateados, é preciso investimentos”, reforçou.
O Samu de Goiânia atende uma população de quase dois milhões de pessoas. A central de regulação recebe ligações de 21 municípios sendo 6 bases descentralizadas no interior reguladas pelo Samu Goiânia, porém somente regulação médica.
Existem dois tipos de ambulâncias: a Unidade de Suporte Básico (USB) e a Unidade de Suporte Avançado (USA). As Unidades de Suporte Básico (USB) atendem a casos de menor complexidade e contam com equipamento básico de suporte à vida. Confira as quantidades de USB e USA no Estado, porém a maioria não está em circulação sendo necessária a locação da frota:
“A Secretaria Municipal de Saúde informa que vem recebendo notificações de diversos órgãos e instituições, dentre eles o Ministério da Saúde, Ministério Público e municípios da Região Metropolitana sobre inconformidades no Samu. Diante dos fatos e visando melhorar o atendimento à população, a secretaria está analisando as medidas mais adequadas para solucionar os problemas apontados e definir as práticas a serem adotadas.
Nesta quarta-feira (30/01), o gestor da pasta recebeu um grupo de servidores para esclarecer dúvidas a respeito de eventuais mudanças. Na oportunidade, o secretário frisou o direito de todo trabalhador concursado de ter seu emprego garantido.”