Segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), até 2025, a previsão é de que mais de 15 mil pacientes sejam diagnosticados com o câncer bucal, sendo a maior prevalência em homens. Fernanda Santiago, dentista e professora de Odontologia da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), destaca que mesmo com a maior prevalência em homens acima dos 40 anos, o aumento de casos da doença em pessoas mais jovens está crescendo devido ao uso de cigarro eletrônico.
“Nenhum cigarro faz bem, pois é composto de nicotina. No entanto, o cigarro eletrônico, além da nicotina, tem um dispositivo que faz ele aquecer para sair o vapor. Esse dispositivo contém formol, provocando alterações nas células do DNA, levando ao surgimento de lesões pré-cancerizáveis. O uso está constante e em grande quantidade, o que só aumenta a incidência de doenças muito graves, como os carcinomas”, afirma.
Conforme a profissional, há alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer bucal. “Tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, exposição ao sol sem proteção, excesso de gordura corporal, o contato constate com amianto, fuligem de carvão, bem como poeira de madeira, couro, cimento e cereais, além de infecção por papilomavírus humano (HPV), são fatores que contribuem para o surgimento do tumor”, lista.
A especialista aponta que é preciso estar atento aos sinais do câncer na boca e salienta que não ignorar anormalidades pode salvar vidas. “Caso haja lesões ou qualquer tipo de ferida que não cicatriza na região, manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, nódulos ou rouquidão persistente, é hora de buscar um médico para investigar”, alerta Fernanda Santiago.
Adotar hábitos saudáveis é um grande aliado na batalha contra inúmeras doenças ao longo da vida, sejam elas cardiovasculares, respiratórias crônicas ou renais; e o câncer bucal não está fora desta lista. Confira abaixo quais práticas podem ajudar a evitar o aparecimento ou agravamento da doença:
Conforme Fernanda Santiago, além do câncer bucal, a consulta com o dentista também é importante para ajudar no diagnóstico de outras doenças. “Diabetes, cirrose hepática, sarampo e tuberculose, entre outras patologias orais, também podem ser diagnosticadas após uma consulta com o cirurgião-dentista”, explica.
Além disso, o acompanhamento com o dentista também é essencial para o tratamento do câncer bucal. “Por isso, idas periódicas ao especialista, mesmo que sem sintoma aparente, é fundamental para tranquilizar o paciente e garantir que o carcinoma seja tratado ainda no estágio inicial, caso identificado nos exames clínicos, após a consulta. Cerca de 80% dos casos de câncer bucal, se acompanhados, têm cura”, finaliza.
Por Camila Souza Crepaldi