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Política
| Em 1 semana atrás

Sabatina: “Tiraram médicos dos postos para atender telefone no Zap da Saúde”, denuncia Hélio da Apae

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O candidato do PSDB à Prefeitura de Anápolis, Hélio Lopes, também conhecido como Hélio da Apae, ao ser entrevistado na sabatina promovida pela Rádio Bandeirantes e Diário de Goiás, nesta quarta-feira (18), denunciou que médicos e biomédicos da cidade estão em possível desvio de função, “atendendo telefone no Zap da Saúde”. Ele afirmou que os profissionais foram colocados para fazer “pedido de marcação de exames médicos e de cirurgias eletivas [deixando de atender pacientes presencialmente]”.

O candidato disse que as reclamações sobre os serviços de saúde de Anápolis são grandes e culpou a atual administração municipal. Segundo ele, a população se queixa de que serviços foram desestruturados e terceirizados.

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“[A prefeitura] virou as costas para a Associação Médica de Anápolis. Virou as costas para o Conselho Regional de Medicina, abafou todos os profissionais. Um laboratório que tínhamos, o chamado LACEMA [Laboratório Central Municipal de Anápolis], ele [prefeito Roberto Naves] extinguiu. Colocou [o atendimento] em tendas, baias e pegou esses profissionais que tinham que estar lá na ponta, fazendo atendimento [presencial aos pacientes], apenas fazendo atendimento de telefone para consultas e marcação de consulta, ou de cirurgia, que vão para a regulação. Infelizmente não atendem [consultas presenciais]”, acusou o político.

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Serviço virou problema, afirma tucano

O candidato descreve que o Zap Saúde, serviço local que era apontado como uma vantagem para dar praticidade, se transformou em uma barreira aos pacientes. “Hoje nós temos uma baia, um call center com 80 profissionais. Aí você precisa do biomédico para laudar alguma coisa, o laboratório foi fechado. O biomédico tá atendendo telefone. Você precisa do médico que tinha que estar no posto de saúde, ele tá lá atendendo [telefone]”, reforçou.

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Afirmando que “a estrutura está mal gerida em Anápolis”, Hélio da Apae afirmou aos entrevistadores, jornalistas Altair Tavares e Thyago Humberto, que deve “acabar [com o modelo atual do Zap Saúde que é só virtual] e deixar de forma híbrida”.

Terceirização de UBSs em Anápolis também é criticada por Hélio da Apae

Hélio da Apae também criticou a terceirização da Saúde no município. “Anápolis não tem saúde. A saúde de Anápolis hoje é toda terceirizada. As UBSs todas estão terceirizadas (…), isso é o grande problema da gestão em Anápolis”, afirmou.

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Ele garante que pesquisas estão indicando que “em torno de 67% da população anapolina está insatisfeita com a saúde. E eu não tenho dúvida de que foi em razão da terceirização. E o que é pior, terceirizou para uma instituição de credibilidade, mas facilitou tudo pra ela, porque ela tem um curso de medicina”, questionou, em referência à Fundação Universitária Evangélica (Funev) que assumiu a gestão das UBSs no município.

Primeira disputa

No campo da disputa política com os adversários, ele observou que é sangue novo. “Nunca fui testado nas urnas”, admitiu, comentando os prejuízos que a atual polarização tem causado. “A polarização hoje é muito prejudicial, nós temos família brigando dentro das suas casas, para fazer essa discussão. Eu tenho imaginado apenas a cidade de Anápolis, ou o seu gestor, trabalhando por ela. E por isso resolvi colocar o meu nome à disposição”, enfatizou.

Embora seja sua primeira candidatura, Hélio da Apae não se define como inexperiente na política “Sempre fui uma pessoa muito politizada, eu só não tinha filiação partidária e nunca tinha enfrentado essa questão. Eu me filei ao PSDB em outubro do ano passado”, destacou.

O candidato disse que já fez 74 caminhadas pelas ruas de Anápolis na campanha. “Visitei mais de 5 mil pequenos e grandes comércios, levando meu nome”, citou. Ele justifica que escolheu usar o nome Hélio da Apae para se diferenciar de outros candidatos chamados “Hélio” nas eleições deste ano em Anápolis.

Alfinetando adversários

Além da gestão de Roberto Naves, o candidato se dedicou a criticar o ex-prefeito e deputado estadual Antônio Gomide (PT) que tem liderado todas as pesquisas de intenção de voto. “O Gomide começa com 30% na cidade de Anápolis e não sobe. E quem for para o segundo turno em Anápolis, eu posso afirmar para vocês, seja Hélio Lopes, seja a candidata do União Brasil, seja candidato do PL, seja o próprio José de Lima, do PMB, quem for para o segundo turno vai vencer as eleições em Anápolis. Em Anápolis, o PT não vai vencer as eleições. Pode escrever isso aí”, acredita ele.

Os motivos, argumentou o tucano, foi o deputado ter deixado outros mandatos que teve para novos desafios eleitorais. Mas ele também criticou o preferido nas pesquisas pela campanha atual. “Escondeu o vermelhinho, tirou as cores, hoje está bem azulzinho, está muito parecido com o PSB ou o PSDB e outros partidos aí, como o próprio PL”, alfinetou.

Bairrista, Hélio da Apae se queixou que outros candidatos consigam se eleger com votos anapolinos e a cidade tenha poucos representantes. Chegou até a citar a eleição da deputada federal Silvye Alves (UB) que captou votos no município.

“Anápolis precisava ter maior representação, precisava ter de três a seis ou sete deputados. Como é que a deputada [Silvye] sai de Goiânia e tira 20 mil votos aqui?”, apontou. Depois ele respondeu: “Os próprios políticos de Anápolis ficam brigando entre eles, aí outra vem e leva o voto e eles reclamam”.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.