O Serviço Federal de Segurança (FSB) Russo prendeu 11 suspeitos do ataque a uma casa de shows em Moscou, segundo informaram agências internacionais neste sábado (23). Também informaram que o Comitê de Investigação da Rússia, departamento que apura crises graves, confirmou que o número de mortos no ataque subiu para 133.
Segundo as agências, fontes disseram que 145 pessoas ficaram feridos, enquanto a administração da região de Moscou falou em 121 feridos. Dezenas estariam em estado crítico.
A agência de notícias Tass informou que os músicos da banca Picnic, que se apresentaria no local, foram retirados com segurança.
Além disso, duas autoridades americanas afirmaram às agências que os Estados Unidos têm informações de inteligência que confirmam a reivindicação de responsabilidade do Estado Islâmico sobre o atentado. Elas ainda acrescentaram que Washington teria alertado a Rússia nas últimas semanas sobre a possibilidade de um ataque. Isso, inclusive, teria feito a embaixada dos EUA em Moscou a emitir um alerta aos americanos.
“Há duas semanas, a embaixada americana na Rússia alertou que “extremistas” tinham planos iminentes de um ataque em Moscou” divulgou no sábado o jornal alemão Deustche Welle.
Conforme o jornal, horas antes do alerta da embaixada, o FSB disse ter frustrado um ataque a uma sinagoga de Moscou realizado por um grupo afiliado do “Estado Islâmico” no Afeganistão, conhecido como ISIS-Khorasan ou ISIS-K. O grupo busca um califado no Afeganistão, Paquistão, Turquemenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Irã.
O FSB afirmou que entre os 11 suspeitos que foram detidos em relação com o ataque, estão “todos os quatro perpetradores”. O órgão informou às agências que alguns dos suspeitos fugiram em direção à fronteira entre a Rússia e a Ucrânia e teriam “contatos apropriados” no país. A associação do ataque aos ucranianos está causando polêmica.
A Ucrânia, acusa o Kremlin e seus serviços de “orquestrar o ataque para justificar uma escalada na guerra”. O Ministério das Relações Exteriores ucraniano chegou a declaração que as acusações contra o país eram “uma provocação planejada pelo Kremlin para alimentar ainda mais a histeria antiucraniana na sociedade russa”, destacou o DW.
Também o ex-presidente russo Dmitri Medvedev disse que Moscou “destruiria” os líderes ucranianos se fosse descoberto que eles estavam envolvidos.
Conforme a Agência Reuters, a União Russa de Futebol informou que está cancelada a partida amistosa internacional de futebol que aconteceria na segunda-feira (25) contra o Paraguai, em Moscou, por causa do ataque contra a casa de shows ocorrido na sexta-feira, (23).
A Rússia foi banida das competições da Fifa e da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) em fevereiro de 2022 após invadir a Ucrânia. O país só pode disputar amistosos e derrotou a Sérvia por 4 a 0 na quinta-feira (21) na Arena VTB, em Moscou.
Ainda conforme a Reuters, todos os eventos de entretenimento e de massa na Rússia foram cancelados na sexta-feira, pelo Ministério da Cultura russo e, neste sábado, a União Russa de Futebol anunciou o adiamento de todos os jogos de suas competições marcados para este fim de semana.