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Categorias: Mundo
| Em 8 anos atrás

Rússia nega ter reunido informações comprometedoras sobre Trump

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O governo da Rússia disse nesta quarta-feira (11) que é “totalmente sem sentido” a alegação de que autoridades do país tenham arquivos com informações comprometedoras sobre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Duas autoridades dos EUA disseram na terça-feira (10) aos meios de comunicação que os chefes de quatro agências de inteligência do país apresentaram a Trump na semana passada documentos sigilosos que incluem alegações não confirmadas de que agentes russos tinham informações comprometedoras sobre ele. Os papéis também foram mostrados ao presidente Barack Obama.

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As informações foram entregues em um anexo ao relatório dos serviços de inteligência sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas, apresentado na última sexta-feira (6).

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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o suposto dossiê é uma mentira que foi inventada para prejudicar ainda mais as relações entre Rússia e EUA, que já estão no pior nível desde a Guerra Fria.

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“Isso é uma tentativa de danificar nossa relação bilateral. É ficção”, disse Peskov, que também negou veementemente alegações do suposto dossiê de que ele mesmo teria envolvimento pesado em uma campanha russa para prejudicar a candidata presidencial derrotada dos EUA, Hillary Clinton.

Peskov afirmou também que o Kremlin não se envolve na criação de dossiês sobre qualquer pessoa e está focado em construir relações boas com os parceiros internacionais da Rússia.

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Os oficiais americanos envolvidos no vazamento afirmaram que, devido a seu potencial explosivo, o dossiê foi divulgado a Trump e a Obama mesmo que os serviços ainda não tivessem confirmado suas informações.

O governo do presidente Barack Obama não comentou sobre a informação até o momento.

Em mensagem no Twitter, Trump disse se tratar de uma notícia falsa. “Notícias falsas. É uma total caça às bruxas política”, disse, usando o mesmo termo que aplicou para criticar o relatório de inteligência russo.

As acusações contra a Rússia devem ser um dos assuntos tratados por Trump nesta quarta-feira em uma entrevista coletiva. Será a primeira conferência de imprensa do bilionário em quase seis meses.

Dossiê

Segundo a imprensa americana, as informações da suposta coleta de dados comprometedores sobre Trump por Moscou estavam nas mãos de um ex-espião britânico com trânsito na Rússia e nos EUA.

A íntegra do documento, exibido pelo site Buzzfeed, mostra que o governo de Vladimir Putin havia feito um esforço para influenciar Trump, que viajou diversas vezes à Rússia a negócios e devido ao Miss Universo.

O mesmo, diz o dossiê, havia sido feito com empresários próximos ao bilionário, com quem tinham contato há oito anos. Para tanto, guardaram informações das visitas e dos negócios para chantagear o presidente eleito.

Dentre elas, a que Trump teria feito orgias com prostitutas em Moscou e São Petersburgo em 2013, durante visitas em que buscava uma forma de entrar com sua empresa imobiliária no mercado russo. Uma das noitadas teria sido gravada pelo Kremlin.

Os russos também teriam a informação sobre propinas pagas por empresas de Trump a integrantes do governo da China e de uma reunião do advogado de Trump, Michael Cohen, com membros do Kremlin em agosto em Praga.

Tensão bilateral

O vazamento ocorre em meio a tensões entre Washington e Moscou devido às acusações feitas pelos serviços de inteligência dos EUA de que o Kremlin teria ordenado ataques cibernéticos e a divulgação de notícias falsas durante as eleições americanas contra a candidatura de Hillary Clinton com o objetivo de favorecer Trump.

Tanto o Kremlin quanto Trump rechaçam as acusações, que já levaram a administração de Obama a aplicar sanções contra empresas russas e a expulsar dezenas de diplomatas do país.

Ao longo da campanha, Trump prometeu reorientar a política externa americana e promover uma reaproximação a Moscou. Nos últimos anos, as relações entre os EUA e a Rússia sofreram desgastes devido a divergências sobre conflitos na Ucrânia e na Síria.

Folhapress

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