O governo do Rio convocou os executivos da Odebrecht para cobrar uma definição sobre a venda do Maracanã.
No encontro, marcado pela Secretaria da Casa Civil, os representantes do Palácio Guanabara vão pedir rapidez no desfecho da operação da venda do estádio.
Há um mês, no dia 8 de fevereiro, o governo do Estado homologou duas empresas francesas como aptas para administrar o estádio. A GL Events e a Lagardère são concorrentes e já fizeram propostas aos executivos da Odebrecht. Até agora, a empreiteira não definiu o vencedor.
Na terça (7), representantes das empresas se reuniram com a Odebrecht e funcionários da Casa Civil, mas o acordo novamente não saiu.
No mesmo dia, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio determinou o arresto dos recursos obtidos com a nova venda da concessão do Maracanã.
A empresa quer cerca de R$ 60 milhões para deixar o negócio.
Além da ação do TCE, um dos pontos polêmicos é a definição do valor de investimentos no estádio ao longo de período de 35 anos de concessão. Hoje a quantia é de R$ 150 milhões. Mas os interessados querem baixar para menos de R$ 100 milhões. O preço é definido pelo Estado.
Ao vencer a licitação em 2013, a Odebrecht aceitou bancar R$ 600 milhões. Com a impossibilidade de erguer um centro comercial e um shopping com o tombamento do parque aquático e do estádio de atletismo, a conta ficou em R$ 150 milhões.
Outro ponto indefinido na negociação é com relação ao responsável por pagar a conta pelos danos materiais causados no estádio durante os Jogos Olímpicos.
Nesta semana, a Justiça do Rio determinou que o Comitê Organizador dos Jogos do Rio faça reparos no Maracanã e no Maracanãzinho.
Caso descumpra, a pena de multa diária de R$ 100 mil. O comitê informou que pretende concluir os reparos em um mês.
O governo do Rio, que cedeu as arenas por nove meses para a realização da Olimpíada, é o autor da ação. O Estado alega que as instalações foram devolvidas sem uma série de reparos.
Além de determinar o arresto dos recursos obtidos pela Odebrecht com a venda do estádio, o TCE criou duas auditorias auditorias governamentais extraordinárias.
A primeira vai inspecionar os cálculos que embasaram os valores e a viabilidade da primeira negociação. Já a segunda pretende monitorar a operação de transferência do bloco de controle da atual concessão a terceiros.
Na mira da Lava Jato, a reforma do Maracanã custou cerca de R$ 1,2 bilhão. A Odebrecht e a Andrade Gutierrez participaram da obra. Depois de pronto, a Odebrecht ganhou a licitação para explorar o estádio junto com a IMX, de Eike Batista, e a AEG. (Folhapress)