A prefeitura do Rio de Janeiro e o governo fluminense anunciaram hoje (4) medidas para enfrentar o aumento de casos, óbitos e internações de covid-19 no estado e na capital. A partir de segunda-feira, as escolas municipais voltarão a ser fechadas, e já nesta semana os shoppings e centros comerciais no estado funcionarão durante 24 horas por dia.
O anúncio chega em uma semana em que a comunidade científica fez alertas ao poder público do Rio de Janeiro. O Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pediu o fechamento de praias, a suspensão de eventos e a limitação do horário de funcionamento de estabelecimentos.
Segundo nota técnica publicada pelos pesquisadores, o cenário está evoluindo em curto período para o colapso da rede de assistência aos pacientes, especialmente os mais graves.
Restrições mais rígidas como o fechamento de praias e a suspensão de eventos, feiras de negócios e exposições também foram recomendadas na ata da última reunião do comitê científico da Prefeitura do Rio de Janeiro, publicada ontem (4) no Diário Oficial do Município.
Ao anunciar as medidas definidas conjuntamente por estado e município, o prefeito, Marcelo Crivella, explicou que a opção por estender o horário dos shoppings e centros comerciais se deu para evitar aglomerações de consumidores durante as compras de fim de ano. O fechamento das escolas municipais também visa a controlar a tendência de alta nas curvas de casos e óbitos, segundo Crivella.
Para o prefeito, o novo aumento de casos está relacionado às campanhas eleitorais e à aglomeração de pessoas nas praias nos fins de semana. Além disso, Crivella pediu que as pessoas não descuidem do uso de máscara, do distanciamento social e da higienização das mãos
“Nós podemos retroceder. O apelo que se faz à cadeia produtiva e à população é para que a gente consiga não ter que tomar medidas mais duras”, disse o prefeito.
O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reconheceu que o estado falhou em fiscalizar o cumprimento das restrições que ainda estão em vigor, como a limitação de público em eventos e estabelecimentos. Ele afirmou, no entanto, que esse trabalho foi endurecido nos últimos dias.
“Entendemos que essas medidas, bem fiscalizadas, juntamente com ampliação da base de leitos, nesse momento é o suficiente”, defendeu.