A reunião entre prefeitos da Região Metropolitana que definirá o futuro do lockdown parcial na Região Metropolitana de Goiânia foi reiniciada no começo da noite deste sábado (06/03) com presença também de representantes do Governo, do Ministério Público (MP-GO) e da Defensoria Pública do Estado de Goiás. O encontro pode definir a continuidade do lockdown ao longo da próxima semana. Ainda está na pauta uma proposta de paralisação total do transporte coletivo na região. Fontes ouvidas pelo Diário de Goiás pontuam que é muito difícil que a medida avance e que as restrições sejam mantidas.
O pedido que representantes governo estadual e do judiciário participassem partiu dos próprios prefeitos que entendem existir alguns pontos melindrosos que envolvem a gestão estadual, como por exemplo, o transporte público que é metropolitano e a operação do Eixo Anhanguera, tocada pela Metrobus, empresa debaixo do guarda-chuva estatal. É importante que o governo participe nessas definições. No final das contas, mesmo dizendo que não iria participar, o próprio governador Ronaldo Caiado (DEM) marcou presença na videoconferência.
A proposta foi feita ontem (05/03) pelo presidente da Fecomércio, Marcelo Baiochi e consiste em barrar por uma semana o transporte coletivo mas o MP-GO, Defensoria Pública do Estado estão resistentes à ideia que não deve avançar. O argumento é que o serviço feito pelas empresas de ônibus é essencial e não pode parar. A tendência, até aqui, é que as restrições sejam mantidas.
O principal argumento é que as UTI’s estão lotadas. Mesmo com a implantação de novos leitos em Goiânia durante a semana, a ocupação deles estava em 99,57% neste sábado (06/03). O número é alarmante e preocupa os gestores.
Mas o setor do comércio insiste na ideia da paralisação do transporte público. A tese dos empresários é que dentro dos ônibus a aglomeração é inevitável e, por isso, o transporte individual seria mais apropriado. Os proprietários dos estabelecimentos iriam cuidar da logística de ida e volta dos funcionários ao trabalho. “Nós vamos proporcionar aos funcionários que cheguem ao trabalho. Quem tem carro, faz uma rota, e ele faz o transporte e trás os funcionários que estiverem perto. O vale transporte pode ajudar na gasolina. E aquele que não tem como chegar à sua porta, fará o home office. Menor será o prejuízo proporcionar esse transporte, do que continuar fechado, sem poder faturar”, destacou Baiochi em comunicado enviado à imprensa.
Mais cedo, ainda neste sábado, o presidente da Fecomércio-GO cobrou uma posição mais incisiva dos gestores. Disse que era um absurdo as Prefeituras liberarem o transporte público para operação mas mantivessem as portas das lojas fechadas. Para Baiochi, o problema é maior dentro dos ônibus, onde as pessoas inevitavelmente acabam se aglomerando, do que nos estabelecimentos, onde há maior facilidade de executar os protocolos.
Marcelo Baiocchi também destacou que houve a apresentação de um toque de recolher durante a semana e mais rígido aos sábados e domingos. “Nas nossas propostas, temos levado várias sugestões, como o fechamento total das cidades das 22h da noite às 05h da manhã, não funcionar de sábados às 22h até a segunda às 05h da manhã”, pontuou.