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O imbróglio envolvendo a greve de motoristas da Metrobus deve permanecer até o próximo domingo (19/05) quando eles se reuniram em nova Assembleia para analisar a nova proposta apresentada pela diretoria da empresa. Nessa reunião, a tendência é aceitarem as condições apresentadas e suplantarem qualquer ameaça de paralisação no transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia. O acordo de conciliação foi apresentado pela direção em uma Audiência de Conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho, em Goiânia.
A novela começou quando a atual direção da empresa fez alguns cortes nos benefícios dos colaboradores da empresa, alegando que a saúde operacional da empresa dependia deles. A empresa reconhecia que eram medidas impopulares, mas por meio de nota encaminhada à imprensa, admitiam que eram fundamentais para que a empresa continuasse existindo e atendendo a população. Por exemplo: o ticket de alimentação foi cortado pela metade praticamente. Houve também a suspensão do anuênio. Isso foi a gota d’água para que se reunissem no dia 3 de maio e decidissem em anunciar a greve.
Inicialmente marcada para esta segunda-feira (13/05), a paralisação havia sido adiada para quarta-feira (15/05) mas uma reunião de conciliação realizada na última sexta-feira (10/05) colaborou com um aceno ao final feliz. Hoje, a empresa apresentou uma proposta de reajustar o salário e o anuênio dos motoristas em 2%. O ticket (que antes era de R$ 1.037) iria para R$ 827,00 e os funcionários teriam a garantia da integralidade da cesta natalina. A proposta é retroativa a 1º de março com os pagamentos referentes a março e abril parcelados.
Motoristas não querem realizar venda-a-bordo
Há outros pontos conflitantes existentes entre motoristas e diretoria. Membro da comissão dos trabalhadores, Jonael Nogueira, fez algumas pontuações que incomodam a categoria. Segundo ele, os motoristas não querem mais ter a responsabilidade de efetuar a venda de passagem a bordo nem o extenso intervalo intra-jornada, segundo ele de até três horas e meia. “A venda a bordo era para ser eventual e tornou-se habitual. Queremos exercer só a função de motorista, a venda de passagem deixa o motorista suscetível a assaltos e a furtos, além de ele ter de levantar do assento para liberar a passagem por meio do cartão”, afirmou.
Por ser uma situação considerada complexa, o procurador do Ministério Público do Trabalho, Thiago Raniere, disse que vai avaliar essa questão a título de denúncia e apurar essa “dupla função” porque envolve, segundo ele, questões de saúde e segurança do trabalhador. O desembargador Daniel Viana disse que essa é uma decisão que impacta todo o sistema e que por isso tem que ser bem pensada com a participação do MPT e inclusive sugeriu que seja feita posteriormente uma audiência pública para tratar do assunto. Assim, caso o acordo econômico seja aceito ele será homologado, independentemente dessas questões estarem irregulares. Porém, garantiu que essa pauta continuará sendo debatida.
Por meio de nota a Metrobus disse que o acordo já foi feito e que agora resta os motoristas “referendar o acordo em Assembleia que será realizada no próximo domingo”. Declarou que até lá “a operação realizada pela empresa no Eixo Anhanguera e extensões continua funcionando normalmente.”