O secretário-geral da Governadoria e presidente da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos, Adriano da Rocha Lima recebeu com “surpresa” a recomendação do Ministério Público de Goiás para que a Metrobus Transportes Coletivos suspendesse a eleição para aluguel de ônibus elétrico agendada para o próximo dia 4 de maio. Ao Diário de Goiás, nesta terça-feira (26), Lima destacou que tanto a CDTC como a CMTC vinham conversando sobre a reformulação do transporte com um grupo de trabalho composto por membros do MP e o assunto já havia sido discutido de forma ampla.
Ele e o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, Tarcísio Abreu, foram atrás dos membros do MP com o objetivo de apresentar as mudanças e o projeto em torno do ônibus elétrico. “De nossa própria iniciativa, onde tivemos uma reunião com todos eles em conjunto, de cerca de 3 horas de duração, onde nós apresentamos todos os planos do transporte coletivo, das mudanças que estão sendo feitas, incluindo essa questão do leilão dos ônibus elétricos. Eles fizeram diversos questionamentos, todos foram esclarecidos”, pontuou Adriano.
Após isso, com o presidente da Metrobus, Francisco Caldas, em diálogo com os membros do MPGO, o processo passou por uma consulta pública de um mês, onde quaisquer questionamentos poderiam ser apresentados. “Agora, isso poderia já ter sido questionado no momento adequado, no fórum de promotores que estão tratando desse assunto, evitando que se atrasem os processos”, pontuou.
“A nossa urgência não é a do governo, é a urgência do usuário do sistema. No momento em que você faz as coisas fora dos prazos, ou dentro dos fóruns mais adequados, já estabelecidos, e não fomos nós que estabelecemos esse grupo promotores, foi estabelecido pelo MP, sempre você acaba trazendo também prejuízos, atrasos que poderiam ter sido evitados sem nenhum prejuízo a qualquer esclarecimento, desde que pudesse ter sido feito no tempo certo”, destacou.
Adriano acredita que haverá atrasos no processo, caso haja o adiamento do leilão. “nenhum fornecedor vai começar a fabricar sem ter um contrato assinado, sem ter um compromisso firme de quem compra. Então, qualquer atraso no processo, obviamente se atrasa o cronograma de entrega dos ônibus”, explica.
De acordo com Adriano, a promotora que entrou com as recomendações, Leila Maria de Oliveira, não participou de nenhuma reunião que envolveu o grupo de trabalho do Ministério Público. Apesar disso, o representante da CDTC, ressalta que não há dificuldade em responder. ” O debate já havia começado mesmo antes do anúncio feito pelo governador em janeiro. Como adiantado pelo Diário de Goiás, o assunto vem sido tratado desde o segundo semestre de 2022.
O próprio questionamento acerca do fim da concessão poderia ser explicada, afinal de contas, o assunto também já havia sido tratado entre os membros do colegiado. “Nós tivemos uma reunião da CDTC extraordinária, para tratar desse assunto, onde foi deliberado que o contrato, vencendo a concessão ela pode ser renovada, assim como ela pode [inaudível], o contrato, ele é migrado ou para a mesma ou para quem adquirir a concessão, ele é transferível automaticamente. Quem assume a concessão, assume o serviço do contrato integralmente, é uma condição já estabelecida e já aprovada pelo colegiado da CDTC”, explicou.