O general da reserva Paulo Chagas, alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (16) facultou a ação da Polícia Federal, ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em inquérito sobre ataques contra a corte, à possibilidade do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e os seus colegas terem cometido irregularidades. As informações são da Folha de São Paulo.
Em entrevista à Folha, Paulo disse que Toffoli mandou abrir inquérito sobre supostas ofensas e ameaças a ministros, embora seus “conhecidos e grandes juristas brasileiros se manifestem na imprensa dizendo que ele não tinha esse poder”. A investigação é conduzida pelo ministro Aleaxandre Moraes que autorizou o mandato de busca e apreensão que atingiu o general.
“Não faço crítica à ação em si, mas à atitude defensiva dele, que, para mim, demonstra que está se defendendo para esconder alguma coisa. A melhor defesa é o ataque. Então, resolveu atacar para se defender”, declarou Chagas.
O general ponderou que suas suspeitas são como cidadão, e que não conhece provas sobre eventuais irregularidades cometidas pelos ministros. “Para mim [a operação], é o melhor indício de que existe alguma coisa. Não tenho dúvida, no sentido pessoal da dúvida.”
A PF fez buscas na casa do general nesta terça. Ele conversou com a Folha por telefone, de Campinas, onde visita o neto. Os policiais foram recebidos pela filha do general e apreenderam o notebook dele.
Chagas disse ter falado por telefone com o delegado responsável pela ação e que o orientou a levar o que quisesse. “Não devo nada, não tenho nada para esconder, porque tudo o que eu penso e faço está publicado em algum lugar.”
O general nega ter avançado o sinal ao criticar ministros do Supremo nas redes sociais e em seu blog. “Posso ter sido indelicado, em algum deles [posts], sendo mais incisivo, mas não tem ameaça em hipótese nenhuma. Jamais faria ameaça. Sou totalmente contrário a esse tipo de manifestação.”