Representantes do Três Poderes do Estado de Goiás se reúnem nesta terça-feira (1), às 18h, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A comitiva goiana terá o governador Ronaldo Caiado, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB) e o presidente do Tribunal de Justiça, Walter Carlos Lemes.

A pauta é a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e acatada, por 8 a 3, pela Corte. A decisão suspende a eficácia das Propostas de Emenda à Constituição (PEC’s) 54 e 55, que estabeleceram limites de gastos correntes aos poderes estaduais e aos órgãos governamentais autônomos até 31 de dezembro de 2026.

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De acordo com o presidente da Alego, a comitiva pedirá ao ministro, que é relator da ação, que aplique uma modulação para possibilitar aos órgãos do Estado se adequarem num prazo de, pelo menos, quatro anos.

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“Precisamos de ganhar tempo, pelo menos quatro anos, para conseguirmos nos adequar. Nenhum dos poderes está questionando a decisão do Supremo. O que estamos pedindo é um prazo para fazer a adequação. Acho que isso é perfeitamente possível, desde que o ministro se sensibilize com a situação de Goiás”, afirmou.

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Lissauer acredita que o ministro esteja aberto à esta proposta de modulação. Segundo ele, não é somente Goiás que sofre com o problema de índice com a folha de pagamento do pessoal. Caso o STF rejeite o pedido da comitiva goiana, o presidente da Assembleia prevê muitas demissões.

“Não há como cumprir uma decisão judicial a curto prazo, sendo que teríamos que demitir muitas pessoas. Seriam milhares de pessoas desempregadas no estado e serviços públicos deficitários oferecidas à sociedade”, pontuou.

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Entenda o caso

Os ministros concederam integralmente medida cautelar solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na ação direta de inconstitucionalidade. As emendas derrubadas permitiam aos órgãos dos Três Poderes em Goiás excluir da contabilidade dos gastos com pessoal a folha de inativos e pensionistas e o pagamento do Imposto de Renda retido na fonte. Com essa manobra contábil, os órgãos conseguiam cumprir os limites de gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Se o Estado for obrigado a cumprir a decisão imediatamente, Lissauer prevê que 50% dos comissionados da Alego terão que ser demitidos. A Casa já tomou, inclusive, outras medidas para se adequar aos parâmetros do STF, como segurar reajustes já aprovados para servidores do Ministério Público, TJGO e da própria Assembleia.

Nesta terça-feira, uma publicação do Jornal O Popular destacou que o Poder Executivo terá de cortar R$ 1,49 bilhão para se adequar totalmente à decisão do STF, de acordo com os números da execução fiscal do segundo quadrimestre de 2019. Já incluindo os gastos com pensionistas e Imposto de Renda, conforme determinou a liminar do STF, o Estado gastou nos dois quadrimestres R$ 12,12 bilhões, 52,62% da Receita Corrente Líquida (RCL) com sua folha de pagamento.

A LRF estabelece um limite máximo de 48,6% (R$ 11,18 bilhões) da RCL e estabelece a adequação a esse limite chamado de prudencial nos dois quadrimestres subsequentes.

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