MÔNICA BERGAMO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque protocolou nesta quinta (27) um pedido ao juiz Sergio Moro para ser interrogado novamente no processo em que é acusado de receber propina quando estava na estatal.
No documento ele manifesta a vontade de colaborar com as investigações. Nas palavras de pessoa próxima ao ex-diretor, ele vai “abrir a caixa de ferramentas” e, com elas, “a porta do inferno”, contando “tudo o que sabe” do esquema de corrupção na Petrobras.
Na primeira vez que foi interrogado, ele permaneceu em silêncio. Nos últimos meses, vinha tentando fechar um acordo de delação, sem sucesso. A formalização do pedido para ser ouvido novamente sinaliza que as negociações enfim caminharam.
Duque era o diretor mais identificado com o PT na estatal, tendo sido indicado pelo partido para o cargo.
A delação dele é uma das mais temidas pela legenda, e deve coincidir com a delação do ex-ministro Antonio Palocci. Juntos, os dois poderiam tentar envolver de forma definitiva o ex-presidente Lula nos escândalos da estatal.
Eles agora têm inclusive o mesmo advogado, Adriano Bretas, que integra a equipe de defensores de Duque e assumiu a de Palocci para encaminhar o acordo de delação que o petista pretende firmar com a Lava Jato.
Segundo o jornal “Valor Econômico”, Palocci deve falar que recebeu propina, junto com Lula, num contrato da Sete Brasil com a Petrobras. Duque confirmaria a história.
A empresa foi criada para construir 29 sondas para exploração de petróleo para a estatal. (Folhapress)