O governador de Alagoas, Renan Calheiros Filho (MDB) foi reeleito neste domingo (7) com 78% dos votos. Ele deixou para trás Pinto de Luna (PROS), Basile Christopoulos (PSOL), Josan Leite (PSL) e Melquezedeque Farias (PCO).
O herdeiro político do senador Renan Calheiros (MDB), também reeleito neste domingo, teve 57% de aprovação no primeiro mandato, segundo pesquisa Ibope divulgada em setembro.
O placar folgado não evitou o embate durante o período eleitoral. O governador de Alagoas chegou a ter a vitória em primeiro turno ameaçada pela candidatura do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTC), que desistiu da campanha na metade de setembro.
Nos programas eleitorais e durante os debates, Renan Filho foi exposto aos números negativos das estatísticas sociais do Estado e confrontado sobre obras inacabadas, processos judiciais e pessoas do seu governo ligados a políticos presos.
O caso, por exemplo, do seu secretário da Fazenda, George Santoro, que fez parte da equipe do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB). O fato foi lembrado no programa eleitoral de Collor e rendeu direito de resposta a Calheiros.
Segundo um levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, divulgado no ano passado, AL tem 600 mil pessoas vivendo em extrema pobreza. O estado tem ainda o maior índice de crianças e adolescentes, com até 14 anos, vivendo em situação de pobreza (66%), o que representa 530,4 mil jovens, conforme o estudo Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2018, divulgado em abril pela Fundação Abrinq.
Alagoas também aparece com a segunda maior taxa de homicídios do país, segundo o Atlas da Violência de 2018, divulgado em junho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estado enfrenta ainda problemas graves nas áreas de educação, turismo e geração de empregos.
Mas, a reeleição de Renan Filho começou a se definir a partir de 15 de setembro quando, por meio de um vídeo publicado em redes sociais, o senador Fernando Collor renunciou à candidatura alegando “falta de reciprocidade”, referindo-se a perda de apoio dentro da coligação.
Quando renunciou, o ex-presidente aparecia em pesquisa do Ibope com 22% das intenções de votos contra 46% de Renan Filho. Foi a segunda vez este ano que Collor renunciou a uma candidatura majoritária. Em janeiro ele anunciou disputa à presidência, mas declinou por falta de apoio no próprio partido.
Substituindo Collor na coligação, o ex-superintendente da Polícia Federal no estado, Pinto de Luna (PROS), não chegou a ser uma ameaça a Renan Filho.
José Renan Vasconcelos Calheiros Filho, nasceu em Murici (AL) em 8 de outubro de 1979. Formou-se em Economia pela Universidade de Brasília (UnB). Elegeu-se prefeito da sua cidade natal em 2004, sendo reeleito em 2008. Dois anos depois renunciou ao cargo e foi eleito o deputado mais votado em seu estado para a Câmara Federal, com mais de 140 mil votos.
Renan Filho foi alvo de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por desvio de verbas destinadas à merenda escolar da Prefeitura de Murici e é investigado em ao menos dois inquéritos autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, no âmbito da Operação Lava Jato. Um deles com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht. (Folhapress)
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