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Relatório de CPI da ALEGO é “carta de defesa do governador”, define Mauro Rubem

Montagem Mauro Rubem e Thales

Vice-presidente da Comissão diz que documento elaborado por Tales Barreto omite questões importantes e visa blindar administração estadual. Outra “carta de defesa” foi assinada por parlamentares no início das investigações, em maio do ano passado.

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira na Assembleia Legislativa, deputado Mauro Rubem (PT), define o relatório final das investigações, lido nesta terça-feira (26) pelo relator 

Tales Barreto (PTB), como uma “carta de defesa do governador Marconi Perillo (PSDB)”. Na opinião do petista, que promete apresentar um substitutivo para apreciação dos colegas, o documento mostra a intenção clara da base governista de blindar Marconi durante todas as investigações.

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Em maio do ano passado – no período da instalação da CPI e no auge das denúncias do Caso Cachoeira – o governador chegou a receber, no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, uma carta de apoio assinada por 28 parlamentares, entre eles o presidente da Comissão, Hélio de Sousa (DEM) e o relator Tales Barreto.

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“O relatório esquece passagens importantes, nós entendemos que respostas graves não foram colocadas. A casa do governador foi esquecida, assim como várias participações políticas e nomeações”, pontua Mauro Rubem. “A CPI precisa de um relatório mais completo”.

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Ela diz que faltou ouvir a peça central da Comissão, o contraventor Carlinhos Cachoeira – condenado a 39 anos de prisão, mas aguardando os recursos em liberdade – além do governador Marconi Perillo.

“Eu não sou contra investigar prefeitura, estranho é esquecer a quadrilha instalada desde 1999”, protesta o parlamentar.

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 Base nega proteção

No entanto, Hélio de Sousa nega a blindagem ao governo e defende o relator, que, na opinião dele, foi “feliz” na elaboração do documento. O democrata sustenta que o montante de contratos da empresa Delta, ligada a Cachoeira, é pequeno. “A análise é que dentro do universo de contratos e não se encontrou nada que se caracterizasse irregular”, defende.

Tales Barreto também se defende e afirma que a prioridade foi “mapear a contravenção no Estado”. No entanto, ele lamenta o impedimento da Assembleia de investigar os contratos da Delta com as prefeituras goianas da oposição (Anápolis, Goiânia, Aparecida de Goiânia e Catalão), fato que, na prática, enterrou a CPI.

 Votação

O relatório da CPI, que tem 217 páginas e pede ao Ministério Público o indiciamento de várias pessoas ligadas à Segurança Pública Estadual, além de encaminhar às Câmaras Municipais de quatro cidades pedidos de investigação, deve ser votado no dia 5 de março.

O prazo para apresentação de emendas ao documento vai até 1º de março.

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Altair Tavares: Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .