Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), relator do parecer que analisou a denúncia contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça, baseou seu parecer pela rejeição da acusação nos “sinais de recuperação” que o governo Temer “ostenta” desde que assumiu a Presidência, após o impeachment de Dilma Rousseff.
“Modestos que sejam esses sinais”, ponderou o parlamentar. A leitura do parecer começou com presença registrada de apenas 81 deputados.
“Deve ser negada pelo plenário a licença para processar imediatamente o presidente da República”, afirmou Abi-Ackel.
Ele afirmou que há uma “melhora condicional de restabelecimento” do país em contraste com um passado recente “sempre desastroso” das contas públicas. E que Temer usou “remédios amargos” em sua agenda econômica.
“É justo reconhecer mudanças positivas na condução da economia”, disse Abi-Ackel.
“O país está se levantando da depressão que o afligia. Será este o momento adequado para promover, através da outorga da licença [para o prosseguimento da denúncia], a destituição do presidente da republica? Vivemos momento crucial.”
Abi-Ackel também criticou os financiamentos concedidos aos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da JBS e cuja delação motivou a denúncia contra Temer.
MAIA
O parecer de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) afirmou ainda que “cabe acentuar” a conduta “exemplar, superior e isenta” do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), desde que a denúncia contra o presidente Temer foi encaminhada à Casa.
A movimentação política de Maia, aliado do presidente, chegou a gerar suspeitas por parte da Presidência de que o parlamentar estaria se articulando para tomar o lugar de Temer.
‘FANTASMAS’
Ministro do Esporte -exonerado nesta quarta (2)-, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) pediu que a Mesa da Câmara compute a presença de deputados que já falaram na sessão, mas que não registraram presença.
“Não há discursos de fantasmas nesse plenário”, afirmou.
A contagem do número de presentes é importante para que a sessão continue, com mínimo de 342 deputados.