O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta quinta (1º) que o relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), apresentará o texto final da proposta no dia 6 de fevereiro.
A ideia é colocar o texto para votação no dia 19 de fevereiro. O governo avalia que se não conseguir votar em fevereiro, o debate ficará para o ano que vem.
Marun disse que o governo não abrirá mão da idade mínima, de 62 anos para mulheres e de 65 para homens, e também da unificação das condições de aposentadoria para o funcionário público e o contribuinte privado.
No esforço de conseguir os votos de indecisos (a matéria precisa ser aprovada por dois terços da Câmara), Marun tem feito viagens pelo país para pedir a empresários que pressionem seus deputados federais para aprovarem o texto.
Nesta quinta (1º), Marun esteve em dois encontros com empresários no Rio, na Firjan (Federação das Indústrias do Rio) e na ACRJ (Associação Comercial do Rio). Ele defendeu a necessidade da reforma para o equilíbrio fiscal do governo, além de ressaltar realizações do presidente Michel Temer.
Marun disse que o governo tem entre 230 e 250 votos na Câmara garantidos, dos 308 votos necessários para a aprovação do texto. A resistência do governo de levar a reforma para votação é justamente o risco de derrota.
O ministro admite, contudo, que há um caminho a ser percorrido. Segundo pesquisas contratadas pelo Planalto, informou Marun, 46% da população seria favorável à reforma, ou pelo menos não se opunha à proposta. Os 54% restantes estariam divididos entre os que são contra a reforma ou indecisos.
O ministro disse que “setores lúcidos da sociedade” são favoráveis à reforma, num aceno à plateia da ACRJ, formada principalmente por empresários que declararam ser francamente favoráveis ao governo Temer.
De acordo com Marun, a oposição inicial à reforma e o fato de este ano ser de disputa eleitoral gerou insegurança em parte da base aliada, que teme votar proposta impopular com o governo e depois sofrer revés nas urnas.
“O receio do insucesso eleitoral é o que dificulta a aprovação”, disse.
O ministro disse ainda que o governo está aberto a propostas vindas de outros setores que contribuam com o texto da reforma a ser apresentado no mês que vem.
Ele, contudo, deixou claro que contribuições e ideias poderiam ser acatadas a depender da quantidade de votos que quem sugerir consiga no Congresso.
“Não queremos palpite. Queremos propostas. Em surgindo propostas, vamos ouvir. Mas tragam também os votos dos seus deputados”, disse. (Folhapress)