Jerry Smith, 24, é daqueles casos em que o artista tem a voz mais conhecida que sua aparência.
Funkeiro, ele se destaca na seara de artistas do gênero por seu grave -é dele o característico refrão “Vai, ataca / Ataca, ataca, ataca, ataca, ataca”, de “Bumbum Granada”, hit que o lançou aos holofotes do sucesso em 2016 e foi ouvido até no carro da cantora Madonna.
E também graças às mais improváveis parcerias com gêneros diferentes do seu -já apostou no tecnobrega de MC Loma e As Gêmeas Lacração; no pagode do Pixote; e no sertanejo da dupla Humberto & Ronaldo, por exemplo; além de “flertar” com sanfoneiros no hit “Eu Vou Falar Pra Tu”.
Agora, três meses após lançar “Quem me dera”, um dueto com o forró da manauara Márcia Fellipe, Jerry Smith volta a apostar na dobradinha de sucesso com o gênero ao surgir com “Quem Tem o Dom”, uma parceria com Wesley Safadão. Em uma semana de lançamento, o clipe do hit já atingiu a marca de 6 milhões de visualizações no YouTube.
“Eu já tinha essa vontade de gravar com ele [Safadão]. Ai nos bastidores de um show dele, cheguei com a letra e falei: ‘essa é para você’, e ele topou”, diz Jerry Smith. O cantor falou com o F5 após uma transmissão ao vivo nas redes sociais da produtora ONErpm, em São Paulo, na última quinta-feira (24).
O clipe do hit foi gravado em Fortaleza, num heliponto com vista para as belezas naturais da capital cearense.
“Eu gosto de parcerias. É um recurso muito usado no exterior. Acho que a música é soma, e quanto mais você soma, melhor é para o público, para o mercado”, afirma. Jerry Smith não cita preferência, mas diz que o critério de escolha das parcerias que faz “é a vibe do momento” e “o que rolar, rolou”.
No maior estilo misterioso, e sem revelar nomes, Jerry Smith também garante que já tem mais “combinados” fechados para lançar ao longo do ano. “Sou ansioso, já estou doido para falar. Posso adiantar que são parcerias que a galera pede [com frequência]”, afirmou.
Como o próximo single só deverá ser lançado em março, “Quem Tem o Dom” será o hit trabalhado pelo cantor durante os preparativos para o Carnaval -época em que cantores fazem fila para lançar hits chiclete em ritmo de folia.
Mas, assegura, a nova música não foi pensada exclusivamente para este fim. “A música é boa para esse clima de começo de ano, mas se for vê, todos os meus trabalhos têm uma levada dançante “, afirma o dono de singles como “Kikadinha” e “Troféu do Ano”.
Por falar em Carnaval, Jerry Smith garante que o feriado será de muito trabalho em… Salvador, capital da Bahia -e do axé. “Vou fazer participações em trios que sempre fui fã e acompanhei pela TV. Vou ter a oportunidade de estar lá em Salvador e cantando”, comemora, sem revelar nomes.
TRAJETÓRIA
Quando começou a cantar, o dono do bordão “é o pique” queria mesmo era ser conhecido. Foi barbeiro, e também jogador de futebol do São Caetano, mas foi na música que se encontrou, após apostar todo o dinheiro que conseguia mensalmente na época -cerca de R$ 200,00- para lançar “Bumbum Granada” numa plataforma de streaming de funk.
Deu certo. Três anos após estourar com o hit feito em parceria, já desfeita, com MC Zaac, Jerry Smith afastou a assombração de se tornar “cantor de uma música só” e colhe frutos do sucesso.
“Tinha o sonho de ter uma BMW [marca de carro de luxo], e consegui. Também comprei uma casa para minha mãe”, diz o cantor que agora prepara uma turnê pela Europa nos próximos meses.
Hoje, faz da sua voz grave sua marca para se diferenciar os demaisa. “Esse é meu instrumento de trabalho, né? As pessoas já chegam querendo e ouvir pra ‘saber se é assim mesmo’, e eu acho isso super legal.”
Graças a aulas de canto, Jerry Smith também que do estilo de funk que do estilo “mais falado”. “Hoje sei sobre tons diferentes, e quero aprender a tocar violão ou teclado.” (SARAH MOTA RESENDE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)