Goiânia contabilizou o décimo caso de raiva em morcego deste ano. O caso foi registrado no Setor Residencial Kátia, na Região Sudoeste da capital. O animal foi encontrado na rua durante o trabalho de rotina dos Agentes Comunitários de Endemias (ACE), na última quinta-feira (31).
O morcego diagnosticado com raiva é da espécie Artibeus obscurus, que se alimenta de frutas. Conforme o Departamento de Vigilância em Zoonoses (DVZ), responsável pela vigilância de casos de raiva animal no município, não houve contato humano ou animal com o morcego contaminado.
Após o resultado positivo do exame realizado em amostras do morcego pelo laboratório da Agrodefesa (Labvet), o departamento emitiu alerta epidemiológico. O gerente de Controle de Animais Sinantrópicos, Welington Tristão, destaca que ocorrência de raiva no morcego sempre é motivo de alerta. “A preocupação é porque sempre há risco do homem ser contaminado pelo animal infectado. Por isso, todo caso é investigado, mesmo Goiânia tendo somente morcegos frugívoros e insetívoros, ou seja, não se alimentam de sangue”, esclarece.
O alerta também vale para cães e gatos, por isso a importância da vacinação antirrábica, disponível gratuitamente nos postos de saúde da rede pública na capital (veja locais de imunização abaixo). “Mesmo tendo contado com o morcego infectado, cães e gatos não vão desenvolver a raiva se estiverem com a vacina em dia”, explica o gerente.
Em 2024, outros nove casos foram registrados em Goiânia nos seguintes bairros: Sítios de Recreio Samambaia, Urias Magalhães, Jardim Guanabara, Setor Jaó, Jardim Novo Mundo, Setor dos Funcionários, Setor Sudoeste e Parque Tremendão. Os morcegos positivados são das espécies: Epitesicus diminutus (insetívoro), Molossus molossus (insetívoro), Artibeus obscurus (frugívoro), Artibeus planirostris (frugívoro) e Artibeus lituratus (frugívoro).
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdovirida. A enfermidade acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%.
A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordida, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. Em 2022, Goiânia registrou um caso de raiva em morcego frugívoro (Artibeus lituratus) na Região Noroeste e dois casos de raiva em felinos (regiões Norte e Noroeste).