A fila para entrar no Reino Unido, pelo controle de passaportes de Manchester, não é tão longa. Pouco mais de trinta pessoas adiante. Com um problema: ela não anda. Nada.
Dos dez guichês, somente um é operado -e apenas serve aos cidadãos europeus, que passam por um processo separado. Os demais, entre japoneses e americanos, esperam diante de cabines vazias e de plaquinhas de “UK border”.
Questionados por passageiros, três funcionários diferentes respondem com variações da mesma frase. “Vocês sabem a coisa horrível que aconteceu aqui, certo?”.
Houve uma explosão na véspera, deixando ao menos 22 mortos em uma apresentação da cantora americana Ariana Grande. O contingente policial foi reforçado na cidade. O cobertor, puxado, deixou o aeroporto exposto.
O ataque a Manchester, reivindicado pela organização terrorista Estado Islâmico, chocou a população e preocupa analistas de segurança, por ter evidenciado que há pessoas ou redes capazes de produzir uma bomba sofisticada, como aquela que supostamente explodiu na Manchester Arena.
A compra de componentes para explosivos é monitorada e envolve tantos riscos que costuma ser deixada de lado por organizações terroristas, exceto quando estão aptas a desviar da vigilância, como parece ter sido o caso nesta segunda-feira (22).
Haverá nos próximos dias constante questionamento sobre por que esse ataque foi possível e que tipo de culpa o governo tem. No ínterim, policiais parecem ter ido à rua -e deixado as filas no aeroporto. (Folhapress)