Neste domingo (30) foi realizado o segundo turno das eleições municipais de 2016. Em Recife estavam na disputa os candidatos Geraldo Júlio (PSB) e João Paulo (PT).
Confira o resultado da apuração:
Geraldo Júlio (PSB) – 61,30% – Eleito
João Paulo (PT) – 38,70%
Brancos – 3,46%
Nulos – 7,88%
O atual prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), foi reeleito neste domingo (30) para comandar a cidade por mais quatro anos. A vitória de Geraldo encerra de vez a última expectativa do PT de comandar uma capital no Nordeste, região onde já foi o partido mais forte.
Com 89% das urnas apuradas, Julio tem 61,45% dos votos, contra 38,85% de João Paulo (PT).No primeiro turno, Geraldo Julio obteve 430.997 votos, o que corresponde a 49,34% dos votos válidos. João Paulo recebeu 207.529 votos, o equivalente a 23,76%.
Ex-secretário do governo Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em 2014, Geraldo Julio foi escolhido pelo próprio ex-governador para disputar a prefeitura pela primeira vez, há quatro anos.Ao contrário da campanha de 2012, desta vez, Geraldo não explorou tanto a imagem de seu padrinho político.
Adversários dizem que é por causa do envolvimento do nome de Campos em operações policiais como a Lava Jato. Para aliados, é porque, após quatro anos, o atual prefeito já tem identidade própria.À Folha, no entanto, Geraldo Julio deu uma resposta de caráter mais prático. “Em 2012, ele estava vivo e fez a campanha comigo. Agora, em 2016, ele não está mais vivo. Não podia fazer a campanha comigo. Só essa a razão”, afirmou.
Ao longo da campanha, o atual prefeito justificou o não cumprimento de promessas com a crise econômica, procurando sempre atribuí-la ao PT, partido de seu adversário, João Paulo.Por outro lado, Geraldo Julio teve que lidar com o fato de ter integrado a equipe de João Paulo e ter em seus quadros ex-membros do staff da gestão petista.
“Você é um ingrato, que participou do nosso governo, teve cargos comissionados, participou inclusive da secretaria”, apontou João Paulo em um dos debates realizados na semana passada.João Paulo já havia sido prefeito do Recife durante oito anos, entre 2000 e 2008. Desta vez, teve que lidar com o desgaste da imagem de seu partido, o PT, um dos protagonistas do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.
Com as acusações que pesam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se viu obrigado a usar a imagem dele com parcimônia. Lula foi ao Recife apenas uma vez, ainda no primeiro turno.Outra questão que atrapalhou o petista foi a falta de recursos. Até a última sexta-feira (28), o partido corria o risco de não conseguir fechar os programas eleitorais.A soma desses fatores ficou perceptível em uma passeata realizada na última quinta-feira (27) na comunidade do Bode, no bairro do Pina, zona sul do Recife.O ato foi acompanhado basicamente por militantes do MST e da CUT. O discurso do ex-prefeito naquela noite dividiu a atenção com uma partida de futebol que era transmitida na TV de um bar ao lado do carro de som.”Primeiro, (vamos) fazer uma avaliação equilibrada, nem pessimista nem otimista”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), quando questionado sobre o que o PT precisava fazer a partir desta segunda-feira (31). (FOLHAPRESS)