O programa Recicla Goiás, criado pelo Governo Estadual em abril de 2023, superou a meta estabelecida em reciclagem de material de descarte. No primeiro ciclo de monitoramento, de 2020 a 2023, o programa identificou a produção de 117 mil toneladas de recicláveis, sendo 58,7 mil recuperadas.
Conforme os resultados das ações de promoção da sustentabilidade e defesa do meio ambiente em Goiás, apresentados no II Seminário Recicla Goiás, realizado nesta quarta-feira (16), alguns produtos reciclados bateram quase o dobro do estimado no início do programa. A meta estabelecida era de 22%, e Goiás conseguiu superar os números em todos os tipos de materiais: papel (41,2%), metal (37,2%), plástico (31,1%) e vidro (25,9%).
Diante do sucesso da iniciativa, a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, classificou o Recicla Goiás como o programa integrado mais importante do Estado. “Temos enfrentado a questão dos resíduos sólidos como desafio de governo, dentro de uma gestão que não faz só discurso ou promessa, mas executa e cumpre. Entregaremos o governo Caiado com uma solução definitiva dos resíduos”, assegurou.
O titular da Secretaria da Retomada, César Moura, lembrou que as ações, além de auxiliarem na redução do impacto ao meio ambiente, também promove fonte de renda a dezenas de famílias goianas.“Famílias que estavam em vulnerabilidade, morando em lixões, hoje estão estruturadas e tendo direito ao crédito que vem da logística reversa”, explicou o secretário.
Ele citou como exemplo o Incubacoop Catadores, projeto que oferece suporte a trabalhadores da reciclagem. No primeiro ano, a iniciativa recebeu R$ 990 mil em investimentos do Goiás Social. Foram 56 municípios visitados, 422 capacitações, sendo 186 contemplados com Crédito Social e 18 cooperativas estruturadas em 16 cidades.
Outra iniciativa estadual que promove resultados parecidos é o programa Sukatech. O projeto coleta equipamentos eletrônicos que seriam descartados, recondiciona os produtos e doa a instituições filantrópicas ou públicas, além de formar pessoas de baixa renda em cursos de tecnologia. Já foram recolhidas 667 toneladas de “lixo eletrônico”, o que permitiu levar inclusão digital a 109 entidades. Além disso, houve a certificação de mais de 1,5 mil alunos e outros 11,7 mil foram impactados por campanhas educacionais.
Ainda nesse desenvolvimento de um conjunto de boas práticas nas áreas ambiental, social e de governança, o Estado também se empenha no auxílio às prefeituras goianas a dar fim aos lixões e promover a coleta seletiva de recicláveis. Dos 246 municípios goianos, 181 formalizaram o processo de licenciamento para o Lixão Zero; 76 têm destinação correta em aterros sanitários licenciados; 115 implementaram a coletiva seletiva; e 101 têm cooperativa ou associação para reciclagem.
Durante o seminário, o Governo de Goiás firmou termo de cooperação técnica com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) para execução da campanha Liga Cidade Limpa. A iniciativa visa conscientizar a população sobre a importância da destinação correta do lixo. O acordo tem participação das Secretarias de Comunicação; Educação; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Retomada.
“Queremos nos colocar ao lado dos governos, das entidades, da iniciativa privada e toda a rede de colaboradores. O Ministério Público está aqui para ajudar e apoiar. É sempre bom fazer as coisas em conjunto. Queremos ser parte da solução, e não do problema”, declarou o procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra. De acordo com ele, discussões para tentar acabar com os lixões no estado já duram quase 30 anos e, agora, caminham a passos mais largos.