As vacinas disponíveis no Plano Nacional de Imunização podem causar reações fortes. Dor de cabeça, febre, fadiga e uma sensação próxima ao que seria uma gripe, são algumas delas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cerca de três mil pessoas não retornaram para tomar a segunda dose. Ter efeitos dolorosos, são comuns em outras vacinas, explica a médica infectologista Ana Rachel de Seni Rodrigues, em entrevista ao Diário de Goiás, nesta quinta-feira (10/06).

Mas os efeitos adversos não são motivos para não tomar a dose reforço ao imunizante. Até porque, os efeitos práticos de contenção ao coronavírus só são confirmados com as dupla aplicação. “As vacinas que estamos aplicando no Brasil têm efeitos demonstrados em estudos após as duas doses. Elas fornecem proteção ao contágio e na evolução de formas graves. Por isso a importância em tomar as duas doses”, destaca.

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Ela explica que as reações não são exclusividade das vacinas contra a Covid-19, em especial a AstraZeneca. “Todas as vacinas podem causar efeitos adversos, dor no local, dor no corpo leve, febre baixa. As vacinas podem ter esses efeitos. Mas são raros e leves, na maioria resolve em 24 a 48 horas pela própria forma de produção da vacina, que são vírus atenuados ou inativados. Não vai desenvolver a doença”, explica a infectologista.

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Ela explica que as correntes de notícias falsas tem prejudicado muito o processo de imunização. “Nós tivemos uma disseminação das fake news falando sobre a trombose, mas existem estudos que indicam uma porcentagem muito pequena. Até os países sérios que suspenderam o uso dela retornaram sua utilização”, pontua. 

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De fato, em uma população de mais de 17 milhões de vacinados na Europa, a agência europeia de regulação de medicamentos (EMA – European Medicines Agency), o equivalente a Anvisa para o continente europeu, que chegou a suspender temporariamente a vacinação da AstraZeneca, constatou que existe uma possível reação à vacina de Oxford, mas com ocorrência de 0.00018%.

A dor da reação à vacina não é nada perto dos colaterais de pegar a própria doença. “A trombose é 0,000018% e num paciente internado a chance de ter uma trombose chega a 20%. Sem contar nas reinternações das pessoas que desenvolvem uma embolia pulmonar, um AVC, por exemplo”, pontua.

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Rachel destaca a importância de todos se vacinarem para enfim, vislumbrar um possível fim da pandemia. E como isso é possível? “Quanto mais pessoas vacinadas menos o vírus circula, menos mutações e variantes que todos os dias estamos conhecendo novas, tem a chance de conhecer. Essa é a lógica. Diminui a circulação viral, menos pessoas adoecem e o efeito de menos casos graves.”

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