Com a circulação simultânea de dengue e chikungunya em uma mesma localidade, exames realizados pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) mostram que as duas doenças, transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypt, foram registradas em 65 municípios.
Em cinco desses municípios, também foi registrada coinfecção em 11 pessoas, com as duas doenças, por meio do exame de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). “Pode parecer pouco, mas é preocupante. Estamos monitorando esses casos para ver se o fato de uma pessoa ter coinfecção aumenta a gravidade ou a chance de complicação, resposta que a gente ainda não tem”, afirma a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim.
O diretor-geral do Lacen-GO, Vinícius Lemes da Silva, lembra que todos os municípios podem enviar amostras por meio de seus serviços de vigilância ou diretamente pelas unidades de atendimento. “Todos os pacientes devem ser notificados, e a amostra deve acompanhar a ficha de notificação e cadastro no Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL)”, orienta.
A superintendente também reforça a importância de pais ou responsáveis levarem seus filhos de 10 a 14 anos para se vacinarem. “Embora a vacina não projeta contra a zika e a chinkungunya, ela é uma vacina tetravalente, protege contra os quatro sorotipos de dengue.
Vale lembrar que, no final de 2023, a especialista científica em diagnóstico molecular da Bio-Manguinhos/Fiocruz Patrícia Alvarez apontou por meio de nota que, durante os picos de epidemia de arboviroses, normalmente se espera uma taxa de coinfecção de 2% a 3% de dengue e chikungunya. Contudo, os números observados alcançaram 11%.
Em agosto do ano passado, o Ministério da Saúde divulgou o balanço em que o Brasil registrou 1.552.338 casos prováveis de dengue até a publicação. O número é quase 10% maior que o registrado durante todo o ano anterior, quando foram contabilizados 1.393.684 casos prováveis.