Nesta quinta-feira, 22/03, dentro das comemorações do Mês da Mulher, a secretária Raquel Teixeira fez uma conferência sobre o empoderamento feminino na sede da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Aflag).
Na visão da secretária, a questão da mulher é um dos principais temas dos diretos humanos em nosso tempo, pois envolve justiça, igualdade, equidade, liberdade de expressão, segurança, democracia, entre outros temas. Para ela, o alcance de um mundo mais humano e justo depende do equilíbrio de forças entre homens e mulheres. “É como um pássaro, que só consegue alçar voo se tiver força equivalente nas duas asas”, exemplificou.
Após apresentar um breve histórico das lutas e conquistas femininas ao longo dos anos, a secretária criticou a existência, ainda hoje, de uma grande desigualdade no mercado de trabalho. Ainda que desempenhe as mesmas funções que os homens, as mulheres recebem um salário entre 20 a 30% inferior. “E, às vezes, elas trabalham sete horas a mais que eles, mesmo possuindo a mesma formação ou até um nível de escolaridade melhor. Ainda estamos longe do ideal igualitário para uma sociedade justa e moderna”.
Marielle Franco
Deputada federal por dois mandatos, Raquel Teixeira chamou a atenção também para a execução da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Para ela, um caso gravíssimo de violação dos direitos humanos.
“Estamos falando aqui de uma pessoa pública, que tem uma imagem de representatividade social muito grande, que são os 46 mil votos que a elegeram. E ela não defendia apenas os direitos das mulheres, mas também dos negros, homossexuais e das minorias. Um Estado de Direito não pode permitir que alguém seja executado por ter opiniões diferentes e divergentes. Isso é inaceitável em uma sociedade democrática”.
Feminismo do século 21
Raquel destacou que, a partir dos anos 2.000, surgiu o feminismo multifacetado e da era digital, que facilitou a mobilização das mulheres em torno de diversas causas e contribuiu para jogar antigos rótulos por terra.
Conforme ela, a luta feminista encontrou terreno fértil na mídia digital, especialmente nas redes sociais, onde o movimento militante proliferou de forma ativa e rápida. “As mulheres da era digital não se submetem a formatos até então definidos por uma sociedade machista. Entre outros temas, o feminismo de hoje foca na luta contra o assédio, a violência e para que a mulher tenha o direito de escolha entre ser mãe ou não, casar ou ficar solteira, ser gorda ou magra, ser negra e ter o cabelo afro e ser respeitada longe dos estereótipos, mas sua luta por igualdade de oportunidades e de salários no mercado de trabalho permanece”.
Educação
A secretária também reforçou que o papel das mulheres no combate ao machismo é essencial. “Metade do mundo é mulher. A outra metade nasce de mulher. Portanto, se estamos perpetuando a cultura do machismo, do fascismo e da prepotência, é porque nós, enquanto professoras e mães, estamos trabalhando em prol desses valores. Às vezes, nem temos consciência de que fazemos isso no dia a dia, mas o empoderamento da mulher passa muito pela forma como estamos repassando os valores em nossa sociedade”.
Por fim, Raquel comentou que homens e mulheres são diferentes não apenas biologicamente, mas na própria forma de olhar e perceber o mundo. Segundo ela, essas duas perspectivas são necessárias para tornar a sociedade mais rica e generosa.