A ocupação de leitos públicos de unidade de terapia intensiva (UTI) para adultos com covid-19 está piorando com a rápida disseminação da variante Ômicron, avaliaram pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no boletim do Observatório Covid-19 divulgado nesta quarta-feira (26/01).

“Não se pode ignorar que o quadro está piorando, apesar de estar claro que o cenário com a vacinação é muito diferente daquele observado em momentos anteriores mais críticos da pandemia, nos quais se dispunha de muito mais leitos”, diz o boletim, que pondera que pessoas totalmente imunizadas são pouco suscetíveis a essas internações, mas comorbidades graves ou idade avançada podem deixá-las vulneráveis.

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Os pesquisadores explicam que, mesmo com uma proporção menor de casos gerando internações em UTI, os números se tornam expressivos por causa da grande transmissibilidade da variante Ômicron, que é mais contagiosa.

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O aumento no número de internações já levou 12 estados à zona de alerta intermediário, em que entre 60% e 80% dos leitos de UTI estão ocupados. Além disso, as internações chegaram à zona crítica, com ao menos 80% de leitos ocupados, em Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%), Goiás (82%), Piauí (82%), Rio Grande do Norte (83%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal (98%).

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O boletim informa que, entre as 25 capitais com taxas divulgadas, nove estão na zona de alerta crítico: Porto Velho (89%), Rio Branco (80%), Macapá (82%), Fortaleza (93%), Natal (percentual estimado de 89%), Belo Horizonte (95%), Rio de Janeiro (98%), Cuiabá (89%) e Brasília (98%).

“É fundamental empreender esforços para avançar na vacinação e controlar a disseminação da Covid-19, com o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras e de passaporte vacinal em locais públicos, e deflagrar campanhas para orientar a população sobre o autoisolamento ao aparecimento de sintomas, evitando, inclusive, a transmissão intradomiciliar”, destaca o boletim. 

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Ocupação em Goiás cai, mas segue em nível de alerta

A taxa de ocupação em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da rede estadual de saúde em Goiás, destinados ao tratamento da Covid-19, caiu de 91% no último domingo (23) para 85% nesta quarta-feira (26), de acordo com o mapa de leitos divulgado e atualizado em tempo real pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

Das 193 unidades disponíveis a pacientes infectados com o vírus, 160 estão ocupadas, cinco bloqueadas e 28 disponíveis para internações. O índice diminuiu, também, em leitos de enfermaria para tratamento da doença. No domingo, o percentual era de 73%. Já na manhã desta quarta-feira, a ocupação era de 57%, com 66 das 153 unidades disponíveis, 84 ocupados e três bloqueados.

A enfermaria infantil, no entanto, segue com 100% de ocupação, com 17 dos 30 leitos em uso e 13 bloqueados. Já na UTI pediátrica para tratamento da Covid-19 da rede estadual, a taxa de ocupação é de 81%, com quatro dos 21 leitos disponíveis. Outros 14 estão ocupados por pacientes e há, ainda, três bloqueios.

Nas últimas 24 horas, Goiás registrou 8.263 novos casos de Covid-19, de acordo com boletim epidemiológico divulgado na tarde desta terça-feira (25). O total acumulado de casos acumulados desde o início da pandemia é de 1.014.757. Destes, 965.231 se recuperaram da doença e 24.870 foram a óbito.

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