(Com informações originalmente publicadas na Agência Press)
Um radialista do município de Edealina, sul do estado, foi morto a tiros na noite de hoje [17]. Segundo informações da Polícia Militar, o Jefferson Pureza, de 39 anos, foi atingido por vários disparos de arma de fogo. A vítima trabalhava como radialista na Rádio Beira Rio FM naquele município e era bem conhecido em toda região. Já teria inclusive atuado em outros veículos de comunicação em Pontalina. Não há ainda, qualquer informação sobre a autoria e motivação do crime.
De acordo com relatos pelas redes sociais, o comunicador estaria na área externa de sua casa, juntamente com a esposa, quando dois suspeitos encapuzados chegaram em uma moto e dispararam várias vezes contra Pureza. O locutor tinha um programa considerado bastante polêmico, onde falava sobre as autoridades da região.
Segundo o delegado responsável, Queopes Barreto, o discurso do radialista não agradava os governantes locais. Há cerca de três meses, por exemplo, a rádio onde Jefferson trabalhava foi incendiada durante a madrugada, mas até hoje não há informações sobre a autoria do crime. Os suspeitos pela por morte do radialista ainda não foram identificados.
Em 17/08/16, o jornal Gazeta do Estado, de Edealina, publicava a seguinte notícia:
“Já virou rotina em Edealina o radialista Jefferson Pureza usar seu programa na Rádio Comunitária 87,9 FM para atacar a administração municipal e algumas pessoas que estão desenvolvendo o seu trabalho pelo Município. A maneira como o radialista tem feito suas apresentações diárias já saiu do contexto e do bom senso. A população já começa a cobrar pelas ruas e algumas ações podem adentrar ao fórum da Comarca de Edéia”.
O fato sustenta, como informado pela Agência Press, que havia um ambiente de tensão entre o radialista e autoridades.
Pouco antes do assassinato, o radialista postou aos seus seguidores, no Facebook, o vídeo de Kell Smith com a música “Era Uma Vez”.
O radialista mantinha um relacionamento com Ingrid Alcântara que despediu-se dele, também no Facebook, com uma mensagem na qual ela o reconhece como herói:
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Em novembro de 2017, a Rádio Beira Rio FM sofreu um incêndio e o fato ainda está por esclarecer. Em Nota, o advogado e diretor da emissora divulgava, no dia 19 daquele mês, um comunicado à sociedade de Edealina com suspeitas sobre o ocorrido.
Há suspeitas de que o incêndio tenha relação com o assassinato de Jefferson Pureza.
NOTA DE ESCLARECIMENTO AOS CIDADÃOS DE EDEALINA
Na Madruga do último dia 18 de Novembro a Rádio Comunitária Beira Rio FM foi, mais uma vez, vítima de um ato criminoso que visa nos intimidar e nos calar e que escancara o estado ditatorial em que estamos vivendo.
Antes de que qualquer esclarecimento é necessário que todos nós respondamos a duas simples perguntas: a quem interessa calar a Radio Beira Rio FM? O silêncio de nossa rádio é benéfico pra quem? Creio que todos já sabemos a resposta para essas duas simples perguntas e essas simples respostas demonstram o caráter criminoso do ato que aconteceu na Rádio Beira Rio FM.
Não é a primeira vez que tentam nos calar e temos certeza que, infelizmente, não será a última; a Rádio Beira Rio FM já foi vítima de outro incêndio criminoso e que até hoje encontra-se sem resposta, nem sabemos ao menos como está a investigação se é que existe alguma; a pouco tempo atrás fomos vítima de um furto qualificado que furtou nossa aparelhagem, e visava apenas e tão somente nos calar; agora, somos mais uma vez vítima da falta de segurança pública de Edealina e da maneira espúria e ditatorial que a política é feita em nosso município.
Agora nesse incêndio criminoso, os bandidos antes de incendiar nosso prédio tiveram o “cuidado” de roubar nossa aparelhagem para garantir que mesmo que o incêndio não destruísse tudo, a rádio fosse silenciada. Infelizmente o incêndio destruiu todo o prédio e tudo que havia dentro.
Faz-se necessário alguns esclarecimentos para que o maior beneficiário do silêncio TEMPORÁRIO da Rádio Beira Rio FM seja colocado no seu devido lugar:
1) Assim que foi informada do incêndio, a Direção da Rádio entrou em contato com a Polícia Militar, às 4 horas da manhã, solicitando providências, sendo que inicialmente a Polícia Militar não queria nem mesmo comparecer ao local do incêndio, sugerindo que fosse realizado apenas um Boletim de Ocorrência na modalidade “on-line” o que é um absurdo, posto que o incêndio é criminoso e deve ser investigado e os responsáveis punidos; após insistência da Direção da Rádio, a Polícia Militar foi até o local do incêndio durante a manhã de sábado e isolou o local, colocando fitas para impedir o acesso do público em geral.
2) Após entrar em contato com a Polícia Militar, a Direção da Rádio buscou auxílio junto a alguns Secretários Municipais visando que fosse fornecido um caminhão-pipa para apagar o incêndio que ainda ocorria no prédio da Rádio, e sabe qual foi a resposta dos Secretários Municipais: não é possível prestar esse auxílio. O incêndio foi controlado com a ajuda de terceiros que utilizaram mangueiras caseiras para tentar controlar o fogo e até mesmo evitar que o fogo atingisse outros imóveis. Vejam o absurdo: a Administração Pública Municipal se recusou a nos auxiliar e preferiu deixar em perigo a vida de outros cidadãos que poderiam ter se machucado na tentativa de combater o fogo ou até mesmo o fogo poderia ter atingido outros imóveis, inclusive, sr. Prefeito, é crime contra a coletividade não providenciar todos os meios para acabar com um incêndio.
3) Lembram-se das 2 perguntas no início desse documento, pois é, não se esqueçam delas, pois o sr. Prefeito e o Procurador Jurídico Municipal resolveram “dar as caras” no local do incêndio após o mesmo estar controlado, e após as autoridades policiais seriam acionadas, lembrando que as mesmas foram acionadas pela Direção da Rádio e não pelo Prefeito ou seus bajuladores; pois então, mesmo sem amparo legal o Prefeito e o Procurador Municipal foram até o local do incêndio com o único e claro intuito de tripudiar dos nossos colaboradores e de verificar se o objetivo criminoso havia sido alcançado, ou seja, se haviam conseguido calar a Rádio Beira Rio FM. Chegando ao local encontraram dois de nossos colaboradores: o Jornalista Jefferson Pureza e o DJ Marlon e iniciaram cinicamente uma série de comentários e provocações com o único intuito de tirar a paciência dos nossos colaboradores e de saírem como vítimas, lembrando sempre que não podemos esquecer das 2 perguntinhas do início desse documento.
Além de calar a Rádio Beira Rio FM, o ato criminoso colocou em risco a sobrevivência de várias famílias que tiram seu sustento do trabalho honrado e sério que prestam junto a Rádio Beira Rio FM; e uma dessas famílias é a do Jornalista Jefferson Pureza, que inclusive será pai novamente: consternado pelo incêndio criminoso; consternado pelas várias ameaças que sofre quase que diariamente; consternado pela incerteza de seu trabalho nesse momento em que será pai novamente; agredido moralmente pelas palavras e expressões do sr. Prefeito, o Jornalista Jefferson Pureza num ato de legítima defesa, visando apenas que as provocações do sr. Prefeito cessassem, tomou as medidas que julgava cabíveis e expulsou do local o sr. Prefeito e o Procurador Jurídico. E aí se impõe outra pergunta: Por que o sr. Prefeito foi até o local do incêndio? Por que o sr. Prefeito foi acompanhado de seu “cinegrafista amador”? É claro o intuito do sr. Prefeito de provocar nossos colaboradores, de tripudiar de nosso momento de dor e consternação, e o mais absurdo de tudo, é claro o intuito de tentar pousar de vítima e desvincular seu nome do ato criminoso que foi o incêndio da Radio Beira Rio FM.
É importante deixar claro que nenhuma lei brasileira, nem a Constituição Federal, nem nenhuma outra lei manda que o Prefeito de qualquer município brasileiro deva exercer o papel de polícia em caso de crimes, ou seja, o sr. Prefeito de Edealina não tem poderes e nem o dever de isolar local de crime e/ou de investigar qualquer espécie de crime. A Lei determina que ele administre o município seguindo os limites e obrigações legais, ou seja, o que a Lei determina, ele não cumpre!
Prefeito Municipal, seus objetivos não foram e não serão alcançados: é difícil mas ainda acreditamos na Justiça Brasileira e temos certeza que os responsáveis pelo ato criminoso e covarde que incendiou a Radio Beira Rio FM serão identificados e punidos.
Garantimos também que nosso silêncio é temporário e que em breve voltaremos mais empenhados ainda, pois sabemos que estamos no caminho certo e não deixaremos nossa querida população de Edealina a mercê dessa administração desastrosa e criminosa que se encontra instalada no Poder Executivo Municipal já a alguns anos, mas que em breve, muito breve, por Determinação Judicial será afastada.
Cobraremos em todas as instâncias possíveis a apuração e punição deste crime, pois o ato que queimou a Rádio Beira Rio FM não foi um ato apenas contra nossa direção e nossos colaboradores, foi um ato contra a liberdade de imprensa, o pilar mestre do Estado Democrático de Direito; é doloroso ver que após 32 anos do fim da Ditadura Militar no Brasil ainda se queimam Rádios e se buscam calar jornalistas que buscam o benefício da população e o uso correto do dinheiro público e que denunciam os desmandos feitos com o dinheiro público.
Por fim, deixamos claro que todos os bajuladores do Prefeito Municipal que estão aproveitando das redes sociais para denegrir a imagem da nossa Direção e dos nossos colaboradores serão intimados a prestar contas com a Justiça e a explicar todas as mentiras que estão sendo contados aos quatro cantos.
Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão impedir a primavera!
NÃO NOS CALAREMOS!
Edealina-Go, 19 de Novembro de 2017.
JOEL PIRES da Silva Júnior
OAB/GO 34.882
Advogado da Associação Comunitária de Edealina/Rádio Beira Rio FM
(Obs… Aguarde atualização da notícia)