Na sexta-feira (19/07) antes do café da manhã com jornalistas internacionais começar, Bolsonaro disparou: “Dentre os governadores de ‘paraíba’, o pior de todos é o do Maranhão” e emendou: “Não tem nem que ter papo com esse cara”. O presidente da República conversava com seu ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O ‘paraíba’ governador do Maranhão é Flávio Dino, do PC do B, partido de oposição a Bolsonaro. Nesse sábado (20/07) concedeu entrevista e disse que avalia tomar providências junto a Procuradoria Geral da República “para apurar a atitude” de Bolsonaro.
Em entrevista à Época, Dino afirmou que a declaração é criminosa. “Configura um crime, previsto na lei que trata de racismo”. Para ele, um presidente dizer o que disse pode estimular outros a fazerem o mesmo. “Está praticando e incentivando que outros pratiquem o crime de racismo”, salientou.
Flávio cobra explicações de Bolsonaro. “Se ele não se explicar, vamos tomar providências junto à PGR para apurar a atitude dele”, explicou. Questionado se a declaração configura racismo, o governador do Maranhão ressaltou que não apenas era um ato de racismo como também de ameaça. “Pode configurar também o crime de ameaça, ao dar uma determinação a um subordinado dele, o Onyx Lorenzoni, que não dê recursos “a esse cara” e emendou re-lembrando que mesmo na ditadura militar, o presidente João Figueiredo mantinha relação com diversos governadores da oposição. Citou Franco Montoro, do PSDB e Leonel Brizola do PDT, como exemplos. “É atípico que ele determine ao ministro que coordena o governo que persiga um governador. Porque isso?”, concluiu.