Foi a maior apreensão em dinheiro vivo da história da Polícia Federal: na terça (5), seguindo uma denúncia, oficiais encontraram R$ 51 milhões, em maços de real e de dólar, guardados em caixas de papelão e malas.
Desta vez, o tesouro estava guardado na sala de um apartamento em Salvador atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). O anedotário da política brasileira, porém, registra esconderijos mais inusitados para o dinheiro suspeito.
Vieira trabalhava para o deputado cearense José Nobre Guimarães (PT), irmão de José Genoíno. Em 2010, a Folha de S.Paulo o reencontrou vendendo fiado farinha e chiclete numa mercearia que montou em Aracati (CE).
Já a doleira Nelma Kodama, primeira presa da Lava Jato, teria que repetir 69 calcinhas nos moldes da que acomodou, em 2014, 200 mil euros. Ela tentou embarcar com a quantia para a Itália.
E o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB), interlocutor de Michel Temer, precisaria de 102 corridas de táxi como a que o levou a uma pizzaria em São Paulo para buscar a mala contendo R$ 500 mil em propinas da JBS.
Caso tivesse que transportar tamanha quantia, o ex-assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva precisaria de ao menos 164 viagens com dólares na cueca -como a que usou para tentar esconder US$ 100 mil quando foi preso, em 2005, no aeroporto de Congonhas.