BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Acuado pela Lava Jato e com perspectivas de não se reeleger, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a investir em um embate público com o governo Michel Temer, a quem acusou de “errático”. Em uma referência velada ao presidente, Renan afirmou que “quem não ouve, erra sozinho”.
Neste domingo (2) o senador alagoano postou um vídeo em suas redes sociais para criticar a sanção de Temer ao projeto de lei que trata da terceirização, ao qual Renan era contrário, e disse que a reforma da Previdência proposta pelo governo “pune trabalhadores e o Nordeste”.
“A sanção presidencial da terceirização irrestrita e a insistência do governo em fazer essa reforma da Previdência, que pune trabalhadores e o Nordeste, significa dizer que o governo continua errático e, quem não ouve, erra sozinho”, afirmou o senador no vídeo de 15 segundos.
Segundo aliados, a referência especial ao Nordeste -reduto eleitoral de Renan e predominantemente anti-Temer- tem viés eleitoral, visto que o senador quer reeleger seu filho governador de Alagoas, além de garantir um mandato no Congresso em 2018.
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<blockquote class=”twitter-video” data-lang=”pt”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Minha opinião sobre as recentes decisões do presidente Michel Temer: <a href=”https://t.co/D0lOEhoqyM”>pic.twitter.com/D0lOEhoqyM</a></p>— Renan Calheiros (@renancalheiros) <a href=”https://twitter.com/renancalheiros/status/848540966906679296″>2 de abril de 2017</a></blockquote>
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Dessa forma, o líder do PMDB no Senado se torna, nas palavras de pessoas próximas, uma espécie de “líder da oposição”, alinhando-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem deve fechar uma aliança para as eleições estaduais do próximo ano.
A ordem no governo, por ora, é “monitorar” Renan. A avaliação inicial é a de que a postura agressiva do senador é “isolada”, portanto, incapaz de reverberar uma rebelião no núcleo de poder do partido de Temer.
Como informou a coluna Painel, outra observação de auxiliares de Temer é que, atento a novos desdobramentos da Lava Jato, Renan busca suporte em outras alas do Senado para segurar o tranco das investigações.
Caciques do PMDB dizem que, a seu estilo, Renan pretende esticar a corda e levar o desgaste com o governo até o limite.
Temer, por sua vez, deu ordem para que o Planalto siga na defesa das reformas que pretende aprovar no Congresso, como a previdenciária e a trabalhista, sem contar com a ajuda das articulações de Renan.