Rodrigo Tacla Duran é o advogado acusado de ter praticado lavagem de dinheiro para a Odebrecht quando trabalhava para a construtora nas operação da Lava Jato. Ele foi ouvido nesta segunda-feira (27) pela 13ª Vara Federal de Curitiba e, no depoimento, disse ter sido vítima de extorsão e denunciou que o ex-juiz da mesma vara, hoje senador, Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-procurador, hoje deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), estavam envolvidos no crime.
Com a acusação, a Justiça do Paraná enviou as informações para o Supremo Tribunal Federal (STF) e, agora, ambos parlamentares paranaenses serão investigados pela Polícia Federal.
De acordo com o Portal Forum, Tacla Duran afirmou que em 2016 o advogado Carlos Zucolotto Júnior teria exigido o pagamento 5 milhões de dólares para que pudesse obter benefícios em acordos de colaboração com a Lava Jato.
Houve na conversa feita por aplicativos de mensagens, garante Duran, um momento em que Zucolotto Júnior teria apontado que DD (Deltan Dallagnol) acertaria os termos do acordo, e que haveria cópias dessas mensagens.
O advogado Rodrigo Tacla Duran é apontado pela força-tarefa da Lava Jato como “um grande operador” do esquema de corrupção. Ele está em destaque na imprensa, pois voltou a ser alvo de uma nova fase das investigações que começou na última semana e segue em voga. Duran teve a prisão preventiva decretada em novembro de 2016 pelo juiz federal Sergio Moro, chegou a ser preso na Espanha, mas acabou liberado. O país europeu não concedeu a extradição porque Duran tem dupla cidadania.
De acordo com a Justiça, Tacla Duran teria recebido cerca de R$ 60 milhões de empresas investigadas na Lava Jato. O advogado utilizava da sua profissão como fachada para lavar dinheiro do esquema de corrupção e, segundo a força-tarefa, firmava contratos com as empreiteiras envolvidas no esquema, mas acabava contratando um terceiro escritório, a preços menores, para realizar os serviços.
Duran também foi advogado da Odebrecht entre 2011 a 2016 e atuava no Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira, identificada pelos investigadores da Lava Jato como Departamento de Propina.