A queda da inflação e da taxa de juros vão ajudar a destravar concessões no setor de infraestrutura para 2017, aumentando as possibilidades de realização de leilões no setor.
A avaliação é do secretário do PPI (Programa de Parceria em Investimentos), Moreira Franco, após os anúncios de que o índice oficial de inflação voltou à meta fiscal e da queda de 0,75 ponto percentual da taxa Selic.
“Os números estão mostrando que a orientação de política econômica que o governo do presidente Michel Temer tem perseguido dará o resultado esperado que é tirar o Brasil da maior crise econômica da nossa história”, disse o secretário do órgão ligado à presidência. “Num espaço de tempo relativamente curto, estamos vendo a inflação voltar à meta e os juros caírem consistentemente sem ser por ato de governo, de forma voluntarista”.
Em setembro, o presidente Michel Temer lançou um programa de concessões prevendo 34 leilões para 2017 e 2018. Batizado de Crescer, o programa inclui ativos em rodovia, ferrovias, terminais portuários, mineração, geração e distribuição de energia e saneamento.
Mas os juros altos eram considerados um desafio para realizar as concorrências, já que seria complexo conseguir financiamento para garantir as obras necessárias de alguns desses projetos.
Para Moreira, o ajuste na economia vai gerar efeitos em todo o setor produtivo, na medida que restabelece a confiança no país e que a área de concessões também ganhará com esse novo cenário.
“Além da confiança do investidor começa a ter no futuro do país, a estabilidade vai permitir que os investidores, operadores e empresas interessados em ativos de infra possam encontrar modelagens de financiamentos que trabalhem com juros civilizados aqui no Brasil”, afirmou.
Para ele, o leilão de concessão de quatro aeroportos, marcado para março, e o leilão de um terminal portuário de trigo no Rio de Janeiro, que deve ser em abril, já foram lançados com efetiva demonstração de empresas interessadas que agora estarão “mais animadas do que numa situação de desconfiança”.
Segundo ele, para os leilões posteriores, já é possível trabalhar com a possibilidade de que os financiamentos sejam feitos no chamado modelo de “project finance”.
Nesse tipo de empréstimo, as empresas não precisam dar como garantia bens e recursos próprios. A garantia bancária é a arrecadação concessão com tarifas, por exemplo.
Esse é um pedido antigo das empresas já que dar garantias com recursos próprios em geral limita a participação de companhias de pequeno e médio porte, entre outros problemas.
“As coisas andando e vão permitir que possamos trabalhar com ‘project finance’ e ter um mercado secundário de debêntures com solidez”, disse.
Folhapress